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Entidades de pesquisa da Amazônia pedem apoio para garantir orçamento

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Pesquisadores e gestores dos centros de pesquisa da Amazônia pediram aos integrantes da Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados, e ao Congresso Nacional como um todo, esforços para a manutenção do orçamento das várias instituições, para que o trabalho não seja interrompido nos próximos anos. O foco de audiência pública realizada nesta quarta-feira (10) foi o Museu Emilio Goeldi, que completa 157 anos em 2023.

O Museu Paraense Emilio Goeldi fica em Belém (PA). Tem coleções científicas importantes em áreas como Zoologia, Botânica e Arqueologia. Também é centro de pesquisas de referência, com seis programas de pós-graduação.

Durante a audiência, a pesquisadora Ima Vieira, que já foi diretora da instituição, apresentou algumas consequências da falta de pessoal. Na área de Ornitologia, o estudo dos pássaros, não há um pesquisador, só um técnico e a coleção está fechada. Na área de Etnografia, que tem 15 mil objetos, o único técnico está em vias de se aposentar. A produção de artigos científicos caiu, e 20 linhas de pesquisa correm risco de extinção.

O representante do Ministério da Ciência e Tecnologia, Cesar Augusto do Carmo, anunciou o repasse imediato de R$ 2 milhões para obras emergenciais do museu Emilio Goeldi. Também informou que foi autorizada, em abril, abertura de concurso para o preenchimento de 814 vagas de nível superior para o Ministério.

“O último concurso ocorreu em 2012 e nesse tempo perdemos muitas pessoas. Então agora, em função dessa premente necessidade, foram disponibilizadas essas vagas”, afirmou.

Reformas
Segundo o diretor do museu, Nilson Gabas Júnior, são necessários R$ 20 milhões para reformar os prédios históricos que compõem a instituição. A construção símbolo do Emilio Goeldi, chamado de Rocinha, precisa de R$ 11 milhões para ser restaurado. Outro imóvel, que pode ser usado pelo Ministério da Ciência Tecnologia durante a realização da trigésima edição da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (Cop 30), em 2025, caso a candidatura de Belém como sede seja aceita, precisa de R$ 500 mil, mas para esse há recursos próprios.

Bruno Spada /Câmara dos Deputados
Audiência Pública - A necessidade de melhoria de infraestrutura do Museu Paraense Emílio Goeldi (Mpeg) e da realização de concurso público ao provimento de vagas na instituição. Diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi (Mpeg) ,Nilson Gabas Júnior.
Gabas Jr.: reforma requer R$ 20 milhões

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Sobre o quadro de funcionários, a expectativa é que 55 servidores se aposentem nos próximos cinco anos, e vários outros já estão recebendo abono permanência, ou seja, podem ser aposentar a qualquer momento. Sobre o novo concurso, Nilson Gabbas Júnior pediu 59 vagas para o museu Emilio Goeldi. Ele afirma que o orçamento do museu vem diminuindo gradativamente e teve redução de R$ 2 milhões no último ano.

“Esse orçamento não tem sido capaz de promover a pesquisa. Ele tem sido capaz de pagar as contas fixas que o Museu Goeldi tem. Então são as contas de energia, as contas de segurança, as contas de limpeza, as contas dos tratadores dos animais. Ele não tem sido capaz de fazer com que o diretor da instituição ou a diretora da instituição fomente pesquisas que vão subsidiar políticas públicas ou que oriente ou reoriente as pesquisas para que os resultados dessas pesquisas possam promover inovação científica”, afirmou.

O deputado Raimundo Santos (PSD-PA) que pediu a realização da audiência pública, ficou contente com as notícias dadas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia sobre o concurso público e a liberação emergencial de recursos, mas disse que vai seguir trabalhando por mais orçamento.

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“Nós vamos continuar apelando aqui à nossa ministra, para que sejam complementados esses recursos. Estarei empenhando esforços no sentido de que emendas parlamentares possam ser destinadas em favor do museu, mas em valores além desses que são necessários, que creio que o nosso ministério, em tão boa hora, vai estar liberando esses recursos.”

Importância histórica
Assim como o parlamentar, representantes do governo do Pará e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), salientaram a importância do museu não só para a ciência, mas para o registro da história da Região Amazônica.

O ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) Ennio Candotti, atualmente diretor-geral do Museu da Amazônia, disse que há 32 instituições de pesquisa na região, com cerca de 300 unidades e que gastam entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões por ano com salários. Elas precisam de apoio orçamentário para fazer ciência.

“É como se tivéssemos o carro, soubéssemos dirigi-lo, tivéssemos rumos e objetivos claros de metas a cumprir e não tivéssemos recursos para pagar a gasolina. Falta-nos, de fato, a gasolina para fazer essa máquina funcionar. Não é caro isso, mas obviamente, para fazer funcionar uma máquina de R$ 5 bilhões por ano, algumas centenas de milhões são necessários”, explicou.

Emilio Goeldi foi um naturalista e zoólogo suíço que chegou ao Brasil em 1880 para trabalhar no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, e depois foi convidado a fazer parte da equipe do museu paraense, que agora tem o seu nome.

Reportagem – Cláudio Ferreira
Edição – Rachel Librelon

Fonte: Câmara dos Deputados

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Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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