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Escolas e universidades privadas pedem que não haja aumento da carga tributária para o setor

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Entidades representativas de escolas e universidades privadas e de editoras de livros querem garantir que o texto final da reforma tributária (PECs 45/19 e 110/19), que deverá ser apresentado nas próximas semanas, não aumente a carga para os setores. As demandas foram apresentadas em audiência pública Comissão de Educação da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (15).

A deputada Socorro Neri (PP-AC), que pediu a audiência e é vice-presidente da Frente Parlamentar pela Inclusão e Qualidade na Educação Particular, resumiu as demandas do setor: “Primeira delas, que não haja aumento da carga tributária para a educação, seguindo as melhores práticas internacionais; segundo, na hipótese de extinção do PIS e da Cofins e criação de uma nova contribuição, que exista uma continuidade do Prouni [Programa Universidade para Todos]; manutenção da imunidade tributária, mas neutralidade de novas contribuições sobre livros didáticos”, enumerou.

“Caso sejam aplicadas taxas mais altas para a escola particular, isso poderá levar a um significativo aumento nos custos para as famílias que estão hoje no ensino privado”, acrescentou. Segundo a parlamentar, também poderá haver redução de investimentos, de infraestrutura, de recursos pedagógicos e na qualificação de professores, além de demissões em larga escala e fechamento de escolas.

Visão do governo
Diretor da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Manoel Procópio Júnior disse que o relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), já sinalizou que dará tratamento diferenciado para o setor.

Além disso, segundo ele, não está prevista alteração na imunidade tributária para os livros. Ele ponderou, porém, que a palavra final caberá aos parlamentares, e não ao governo.

Procópio Júnior garantiu que os recursos para a educação estão mantidos nas duas propostas em discussão na Câmara. “Não há dúvida alguma de que todas as vinculações e partilhas constitucionais previstas no texto atual, todos os recursos endereçados à saúde e educação estão integralmente mantidos nesta proposta”, destacou.

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Alíquota neutra
Vice-presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares, Juliano Griebeler defendeu que o texto final da reforma preveja alíquota neutra para o setor de educação.

Ele acrescentou que oito em cada 10 países que adotam o Imposto do Valor Agregado (IVA), que está em discussão, isentam ou dão tratamento diferenciado para a educação.

“Não estamos pedindo nada diferente do que é feito nas melhores práticas internacionais, a gente quer simplesmente que o setor não pague mais do que paga atualmente”, ressaltou. Ele também defendeu a continuidade do Prouni, mesmo com a extinção do PIS e do Confins e com a criação de uma nova contribuição (CBS – Contribuição sobre Bens e Serviços) e a manutenção da carga tributária para livros didáticos.

Isenção para livros
Presidente da Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros), José Ângelo Xavier de Oliveira também pediu a “manutenção do tratamento tributário que o livro conquistou” na Constituição e na Lei 10.865/04 – ambas garantem isenção de quaisquer impostos e imunidade de tributos para os livros.

Segundo Oliveira, os impactos dessa lei foram notados especialmente entre 2006 e 2011. “Houve uma redução significativa de preços de livros, que chegou a 33% e, na linha contrária, um crescimento gigantesco do consumo, da compra de livros, que chegou a bater no acumulado desses anos 90 milhões de exemplares a mais vendidos. Ou seja, causa e consequências imediatas”, apontou.

Ele acrescentou que o setor de livros foi afetado pela recessão econômica dos últimos anos e pela pandemia, com fechamento de várias livrarias, e manter o tratamento tributário para os livros é fundamental para não agravar esse cenário.

Tratamento diferenciado
Consultor Jurídico da Associação Brasileira da Educação Básica Privada (Abreduc), Luiz Gustavo Bichara disse que a educação não pode ser tratada como serviço na reforma. Conforme Bichara, o texto atual da reforma garante alíquota diferenciada na educação, mas ele acredita que ainda assim haverá aumento de carga para o setor.

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O deputado Átila Lira (PP-PI) defende que as garantias para o setor privado estejam expressas no texto da PEC, e não em lei complementar.  Ele manifestou ainda preocupação com as isenções municipais para “instituições com papel social relevante para as cidades”. Essa também é a preocupação do deputado Maurício Carvalho (União-RO): “Temos grandes instituições de ensino que estão numa cidade do interior de 10, 15 mil habitantes porque o município deu isenção para instalação e manutenção”, afirmou.

Ainda segundo Carvalho, o governo não dá conta de atender à demanda por educação no País sem ajuda do setor privado.

Visão do MEC
O subsecretário de Planejamento e Orçamento do Ministério da Educação, Adalton Rocha de Matos disse que as duas propostas de reforma em discussão na Câmara trazem alterações significativas para o setor, podendo haver impactos, por exemplo, sobre os tributos que compõem recursos para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e o salário-educação, mas não necessariamente para diminuir.

“As propostas em si são de muita valia, sobretudo no sentido de simplificação e no sentido de melhor alocação desses tributos em apenas uma cesta, em apenas um tributo, para que fique mais simples tanta a arrecadação quanto a questão ligada ao contribuinte, para dar mais celeridade à produção industrial e produção de bens e serviços para a sociedade”, avaliou o subsecretário.

Reportagem – Lara Haje
Edição – Natalia Doederlein

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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