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Especialistas defendem transformação de programa de formação de professores em política de Estado

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Especialistas defenderam nesta quinta-feira (9), na Câmara dos Deputados, a transformação do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), um dos programas do Ministério da Educação (MEC), em política de Estado, de caráter permanente.

O desempenho do programa foi discutido em audiência pública realizada pela Comissão de Educação, a pedido da deputada Socorro Neri (PP-AC).

Criado por decreto em 2009, o Parfor surgiu para dar formação universitária para professores sem curso superior ou que atuam em área diferente da formação (por exemplo, professor de matemática quer dá aula de física). O plano já formou cerca de 62 mil docentes nos estados, municípios e Distrito Federal.

Continuidade
Para a presidente da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (Anfope), Suzane Gonçalves, o Parfor precisa se constituir como o braço de uma política de estado para a educação. “Quando nós trocamos políticas por programas, a descontinuidade, a descaracterização desse programa fica no interesse daqueles que assumem o governo a cada período”, disse.

O diretor-executivo da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae), Romilson Siqueira, manifestou opinião parecida. “Não podemos ficar a cada governo, retomando, voltando, discutindo, lutando para o retorno e a manutenção desse programa”, disse Siqueira.

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Temporários
O presidente do Fórum Nacional de Coordenadores Institucionais do Parfor, Mark Clark Assen, apontou como um dos entraves do plano de formação desses profissionais a existência de muitos professores temporários na educação básica dos estados e municípios.

Segundo ele, o professor que faz o curso de formação pode ser demitido ao final. “Muitos deles não têm a garantia de que no ano seguinte vão retornar”, disse Assen.

Para ele, é preciso repensar os termos do regime de colaboração que existe entre a União, que arca com a maior parte dos custos, e os estados e municípios. Assen e outros debatedores também pediram o aumento da verba de custeio para os professores, que geralmente precisam viajar para assistir às aulas.

Orçamento
Também convidada para o debate, a diretora de Formação de Professores da Educação Básica da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Marcia Serra Ferreira, afirmou que um dos principais desafios do programa é a ampliação do orçamento. A Capes é responsável pela coordenação do Parfor.

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“A gente consegue hoje, com o orçamento previsto para 2024, a manutenção das turmas do Parfor. A gente não consegue um novo edital, nem ampliar o custeio”, disse Serra.

Durante a audiência pública alguns especialistas criticaram ainda o MEC por estar discutindo mudanças no Parfor sem a participação de entidades educacionais. A deputada Socorro Neri disse que o assunto deve ser levado ao ministro da Educação, Camilo Santana.

“Devemos ficar atentos, aqui na Comissão de Educação, para que essas questões não se constituam retrocessos”, afirmou Neri.

Também participaram da audiência os deputados Professora Goreth (PDT-AP) e Daniel Barbosa (PP-AL).

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Natalia Doederlein

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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