POLITÍCA NACIONAL
Especialistas pedem revisão da política nacional de nutrição
POLITÍCA NACIONAL
Parlamentares e especialistas reunidos pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (1) para debater a nutrição dos idosos querem incluir na Política Nacional de Alimentação e Nutrição (Pnan) a importância do fornecimento de alimentação especializada para todos que precisam – entre eles, idosos e crianças de até 6 anos. Nessa faixa etária, a falta de alimentação adequada tem impacto no crescimento e pode provocar atraso no desenvolvimento cognitivo.
Para os dois grupos, os especialistas recomendam avaliações feitas por uma equipe multiprofissional especializada antes da prescrição de alimentos para fins específicos.

A nutricionista Ana Paula Maeda levou para a audiência pública dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre insegurança alimentar. Apesar de uma melhora entre 2004 e 2013, no levantamento feito entre 2017 e 2018 houve diminuição no consumo de arroz, feijão, frutas e leite e um aumento na utilização de alimentos ultraprocessados.
A especialista falou dos prejuízos que a desnutrição causa na saúde dos idosos.
“As doenças associadas estatisticamente com a desnutrição de pessoas idosas foram Alzheimer, declínio cognitivo, doença periodontal, depressão, hipoalbuminemia (causada pela deficiência de aminoácidos) e anemia. São doenças importantes, impactantes e que estão muito presentes na nossa população idosa”, descreveu.
Marlene Oliveira, presidente da ONG Instituto Lado a Lado pela Vida, aponta que a mortalidade de pacientes com desnutrição pode ser 20 vezes maior do que por outros problemas. Ela advoga um acesso mais igualitário e justo à alimentação especializada, que traria menos complicações para os tratamentos de saúde e menos internações prolongadas.
“Se não tivermos uma política nutricional direcionada a pacientes cujas necessidades nutricionais não podem ser atendidas apenas por meio da alimentação regular, por conta de doenças e condições clínicas, (eles) correm risco de não receber tratamento adequado. Os pacientes que hoje têm acesso à terapia nutricional são aqueles que estão hospitalizados e necessitam de nutrição enteral ou parenteral. ”
Marlene salientou a necessidade de atualização da Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Um grupo de trabalho do Ministério da Saúde está fazendo essa revisão. Integrante da Comissão do Idoso, o deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG) informa que a Comissão de Seguridade Social e Família está debatendo o acesso das crianças à suplementação nutricional e sugere que os dois colegiados trabalhem conjuntamente.
“A ideia que nós temos hoje é partir dessa discussão técnica e de informações preciosas que vocês nos trazem, mas dizer como é que nós vamos fazer isso na ponta, ampliando e estendendo esse tipo de acesso à alimentação especializada também na atenção básica e na atenção especial”, disse o deputado.
Cuidados com os idosos
Outra reivindicação é que as políticas públicas alcancem o idoso depois da alta do hospital, porque muitas vezes a família não sabe como alimentá-lo quando ele chega de uma internação.
O fisioterapeuta Tiago Alexandre chamou a atenção para outro problema decorrente da desnutrição dos idosos, que é a sarcopenia, a perda acelerada de massa muscular, que provoca fragilidade, risco de quedas e perdas funcionais.
Saúde pública
Já o cardiologista Claudio Taffla abordou como a desnutrição dos mais velhos tem impacto orçamentário para o sistema de saúde. Ele informou que 20% do que é investido em saúde no Brasil é desperdiçado, um prejuízo de R$ 4,2 milhões por ano.
“Hoje, no Brasil, em torno de 48,1% da população de idosos hospitalizada tem algum nível de desnutrição. Então é importantíssimo que a gente trate as condições desse paciente dentro da internação, porque não simplesmente significa internar o paciente, dar os remédios para ele que a gente vai tratar; a gente precisa restituir aquilo que a gente preza muito, que é a saúde.”
O geriatra Alexandre Kalache, que também participou da audiência pública, lembrou que a população mais velha é heterogênea, com oportunidades diferentes de acesso a serviços de saúde. Por isso, ele enfatiza a necessidade de assegurar políticas públicas para garantir alimentação suplementar não somente para uma minoria que tem mais recursos financeiros.
Reportagem – Claudio Ferreira
Edição – Ana Chalub


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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