POLITÍCA NACIONAL
Frente parlamentar vai trabalhar com ministério pela saúde da mulher
POLITÍCA NACIONAL
A presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Saúde das Mulheres, a deputada Renilce Nicodemos (MDB-PA), afirmou nesta terça-feira (12) que o grupo quer ajudar o Ministério da Saúde a garantir o acesso das mulheres a exames essenciais para a sua saúde, como a mamografia e o papanicolau – necessários para a prevenção do câncer de mama e do colo de útero.
A deputada quer garantir sobretudo o atendimento diferenciado, no Sistema Único de Saúde (SUS), para mulheres agricultoras e ribeirinhas. “A ribeirinha e a agricultora moram muito distante da cidade e, muitas vezes, quando chegam à cidade, não têm sequer como fazer uma consulta”, disse. As declarações foram dadas em mesa-redonda promovida pela frente na Câmara dos Deputados.
Prioridades do governo
Priscilla Caroline de Sousa Brito, da Coordenação de Atenção à Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, citou entre as prioridades do órgão o combate à mortalidade materna. Hoje, segundo ela, ocorrem 50 mortes de mães a cada 100 mil bebês nascidos vivos. Ela salienta que, com um pré-natal adequado, a maior parte dessas mortes poderia ser evitada.
Priscilla lembrou que o Brasil se comprometeu com as metas de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, que incluem diminuir esse índice para 30 mortes a cada 100 mil nascidos vivos em 2030. Outra prioridade do ministério é garantir o acesso ao planejamento familiar. Segundo ela, muitas mulheres recorrem à laqueadura, uma cirurgia agressiva, por falta de acesso, no SUS, a DIUs e implantes hormonais – disponíveis apenas em alguns estados brasileiros.

Violência obstétrica
A representante do Ministério da Saúde pediu ainda a aprovação pelos parlamentares de uma legislação de combate à violência obstétrica, que atinge com mais prevalência as mulheres negras. De acordo com Priscilla, hoje o termo é impreciso, o que dificulta as ações de prevenção e enfrentamento do problema.
Ela pediu ainda que as emendas parlamentares sejam destinadas a programas de saúde estruturados, com fiscalização da aplicação.
Andrea Bento, do Instituto Colabore com o Futuro, citou a atenção à saúde da mulher negra como um dos pontos que precisam ser melhorados na saúde da mulher no Brasil, além do acesso a exames preventivos do câncer, à vacina contra o HPV e a contraceptivos. Ela pediu ainda mais atenção a doenças cardiovasculares, cuja incidência só aumenta entre as mulheres. Além disso, o instituto considera como prioridade o combate ao feminicídio, garantindo a vida das mulheres.
Planejamento familiar
Anna Cunha, oficial de Programa em Saúde Sexual e Reprodutiva do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), ressaltou que, das 66 milhões de mulheres em idade reprodutiva, cerca de 80% usam métodos contraceptivos modernos. Ela salientou ainda que mais da metade das gestações no Brasil são não intencionais e que, de cada três gestações na adolescência, duas não são intencionais. A gravidez não intencional é mais frequente justamente nos grupos de maior vulnerabilidade social.
Ela afirmou ainda que nasceram mais de 14 mil bebês de mães de 10 a 14 anos no Brasil em 2022, dado que guarda relação com a violência sexual, lembrando que as meninas de de até 13 anos representam mais de 60% das vítimas de estupro no Brasil. A representante das Nações Unidas observou que assegurar saúde à mulher envolve também garantir o acesso à informação e à educação sexual, para que as adolescentes possam, por exemplo, identificar o abuso sexual.
Doenças cardiovasculares
A médica Alexandra Mesquita, da Sociedade Brasileira de Cardiologista, destacou que as doenças cardiovasculares são a maior causa de morte entre as mulheres. De acordo com a cardiologista, essas doenças matam sete vezes mais que qualquer tipo de câncer e duas vezes mais que o câncer de mama, mas não têm recebido a devida atenção.
Câncer de mama
Joana Jeker, do Instituto Recomeçar, informou que a cada 30 minutos uma mulher morre de câncer de mama e que, no Brasil, o câncer é considerado a segunda principal causa de morte. Ela cobrou a implementação das leis que garantem prazo de 30 dias para a realização dos exames necessários para confirmar o diagnóstico de câncer, e de 60 dias para início do tratamento após o diagnóstico.
“O que nós cobramos do governo, não só do governo federal, mas dos governos estaduais e municipais, é o conhecimento e a implementação dessas leis, porque vidas podem ser salvas”, apontou. “A gente sabe que o câncer de mama tem até 95% de chance de cura, porém há a necessidade de que essas mulheres tenham acesso ao sistema de saúde em tempo hábil”, acrescentou.
A deputada Isa Arruda lembrou que a Câmara aprovou o Projeto de Lei 3436/21, que inclui a garantia de assistência fisioterapêutica no SUS aos pacientes submetidos à cirurgia de mastectomia. Já a deputada Erika Kokay (PT-DF) disse que a saúde da mulher tem que ser entendida como garantia de qualidade de vida, e não como o oposto da doença.
Feminicídios
A delegada Karen Langkammer, diretora da Divisão Integrada de Atendimento à Mulher da Polícia Civil do Distrito Federal, frisou que o número de feminicídios está aumentando, com 34 feminicídios no ano passado só no DF, frente a 17 em 2022. Ela salientou que é papel de toda a sociedade denunciar brigas violentas de marido e mulher, para conter a violência e prevenir mortes. De acordo com a delegada, as mulheres têm dificuldade de denunciar e 69% das vítimas de feminicídio no DF não tiveram ocorrência de violência anterior, sendo que 66% já tinham sofrido violência.
Segundo ela, é baixo o número de mulheres com medidas protetivas que sofrem feminicídios, e a polícia e outros órgãos estatais podem agir acionados por qualquer pessoa, e não apenas pela vítima.
Reportagem – Lara Haje
Edição – Geórgia Moraes
Fonte: Câmara dos Deputados
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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