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Gestores de Petrópolis querem revisão nos protocolos de defesa civil após mudanças climáticas

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Autoridades de Petrópolis (RJ) defenderam a revisão nos protocolos de prevenção de catástrofes após a sucessão de tragédias registradas no município, durante audiência na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (19).

Os temporais registrados no município deixaram quase 240 mortos e R$ 700 milhões de prejuízos, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Já são mais de 7,3 mil deslizamentos de terra nos primeiros quatro meses deste ano, enquanto a média anual de ocorrências da defesa civil é de 1 mil.

A “cidade imperial” havia passado por catástrofes após enchentes em 1978 e 1988, além de também ter sido uma das mais afetadas na maior tragédia climática do País, com quase mil mortos na Região Serrana do Rio de Janeiro, em 2011.

Mudanças climáticas
O secretário de Defesa Civil de Petrópolis, Tenente Coronel Gil Kempers, foi enfático ao afirmar que as atuais mudanças climáticas impõem ajustes nos protocolos de prevenção de catástrofes.

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Situação do Município de Petrópolis. Tenente Coronel Gil Kempers - Secretário Chefe da Secretaria de Defesa Civil do Município de Petrópolis
Gil Kempers: Petrópolis registrou o recorde de 550 mm de chuva em um único dia

“No dia 15 de fevereiro, no intervalo de duas horas, o volume de chuvas atingiu 260 mm em Petrópolis. Esse é um índice similar ao registrado em localidades com pré-tufão. Em 20 de março, houve um volume que a gente ainda não havia registrado na história do País: inacreditáveis 550 mm de chuva em 24 horas”, informou. “O solo não tem capacidade de absorver isso. Isso indica mudança no perfil de chuva e necessidade de reavaliar os protocolos e os processos de prevenção”, acrescentou.

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Kempers foi um dos convidados da audiência pública promovida pela Comissão Externa da Câmara dos Deputados sobre a Calamidade Pública de Petrópolis. Ele contou que o primeiro alerta de chuva excessiva só veio meia hora após o acionamento das sirenes nas áreas de risco. Antes, havia apenas previsão de temporal típico de verão. Foi o que chamou de “sensibilidade da meteorologista do município”, que permitiu o acionamento prévio das sirenes.

“Os alertas e os indicativos para tomada de decisão foram amplamente noticiados, em um primeiro momento, que chegaram com antecedência, mas a gente tem a ratificação de que isso não aconteceu”, declarou.

Prioridades
A revisão dos protocolos de prevenção de catástrofes também está nos planos do prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo. Ele reconheceu que ainda há muito a ser feito para evitar novas tragédias.

“A gente quer criar um instituto de geologia e instalar um radar no município, além de implementar um centro de referência no atendimento a vítimas e fazer uma grande revisão do Plano de Contingência, com ênfase principalmente nos protocolos”, enumerou. “Devemos fazer isso de forma segmentada.”

O secretário municipal de Saúde, Marcus Curvelo, destacou a necessidade de futura ampliação da rede de atendimento aos transtornos mentais decorrentes da sucessão de desastres.

“Sabemos que esse tipo de evento será recorrente, infelizmente. E a gente precisa saber que uma ferida, um sangramento, um machucado, uma fratura doem, mas as dores que ficam na alma, após uma tragédia como essa, são muitas vezes incuráveis”, disse.

Orçamento
Rubens Bomtempo prestou contas dos cerca de R$ 30 milhões que o município recebeu de iniciativas da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e dos R$ 6 milhões de recursos da Secretaria Nacional de Defesa Civil.

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Situação do Município de Petrópolis. Dep. Jandira Feghali PCdoB-RJ
Jandira Feghali: demandas do município serão incorporadas à LDO

O coordenador da comissão externa, deputado Gurgel (PL-RJ), lembrou que as emendas parlamentares destinadas a Petrópolis após a catástrofe somam cerca de R$ 40 milhões, a maior parte destinada a ações na área de Saúde.

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Por sua vez, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), organizadora do debate de hoje, explicou que parte das demandas do município será incorporada na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), enviada ao Congresso Nacional. “Foi uma tragédia com tantas mortes e desabrigados, que envolveu tantas pessoas emocional e fisicamente. Então, a primeira palavra é de absoluta solidariedade, com o desejo de recolocar a cidade de pé”, afirmou a parlamentar.

Mais articulação
A audiência pública na Câmara também contou com a participação de representantes do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis e da Central dos Trabalhadores do Brasil, que se queixaram de desarticulação nas ações dos órgãos públicos e de “fake news, que exploram a desgraça da população”. Eles pediram maior participação da sociedade civil nas diretrizes de defesa civil do município.

Após as tragédias do início do ano, a Prefeitura de Petrópolis montou uma força-tarefa para garantir aluguel social aos desabrigados, linhas de crédito para comerciantes, além da recuperação de prédios públicos, fluxo viário e monitoramento de blocos rochosos.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Marcelo Oliveira

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Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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