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Governo anuncia avanço dos cuidados paliativos aos doentes atendidos pelo SUS

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POLITÍCA NACIONAL

Em debate no plenário da Câmara, a coordenadora-geral da atenção domiciliar do Ministério da Saúde, Mariana Borges Dias, anunciou o avanço dos cuidados paliativos à população doente no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Ela frisou que a nova política nacional sobre o tema foi construída com participação da sociedade civil, com apoio da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Cuidados Paliativos, e já foi aprovada no Conselho Nacional de Saúde.

“O objetivo é mudar a cultura de 203 milhões de brasileiros e oportunizar os cuidados paliativos para todos, com expectativa muito boa. Está começando uma nova era dos cuidados paliativos que vai tirar o Brasil daquelas posições muito incômodas de ser um dos piores lugares para morrer”, afirmou Mariana Borges Dias.

Desde 2018, uma resolução do Ministério da Saúde (Resolução 41/18)  fixa diretrizes para garantir cuidados paliativos aos pacientes do SUS, do diagnóstico da doença até a fase terminal.

Os cuidados paliativos são uma parte essencial dos serviços de saúde centrados na pessoa, segundo a Organização Mundial da Saúde. Se a causa do sofrimento é alguma doença, mesmo incurável, os cuidados paliativos são necessários e devem estar disponíveis em todos os níveis de atenção, como reforça a médica geriatra Ana Cláudia Quintanilha, especialista em cuidados paliativos.

“Cuidado paliativo não é bonito, não é lindo. Cuidado paliativo é necessário, é que nem água. Todos os que estão nessa jornada comigo vão ter que mostrar coerência, que talvez seja o maior desafio da prática cotidiana de qualquer profissional, independente da área que escolha. Coerência. O que você sente, pensa, fala e faz. É isso que a vida exige da gente: coerência.”

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Projeto de lei
A sessão no Plenário para discutir essa assistência paliativa no sistema público de saúde foi presidida pela deputada Luisa Canziani (PSD-PR), autora de um projeto (PL 2460/22) que institui o Programa Nacional de Cuidados Paliativos. Ela lembrou que a proposta foi aprovada nesta semana.

“Hoje é um dia histórico porque nós estamos praticamente no fim dos trabalhos legislativos deste ano. E ontem tivermos aprovação, na Comissão de Constituição e Justiça, do projeto que estabelece a Política Nacional de Cuidados Paliativos. Então hoje é um dia repleto de muito simbolismo para todos”, disse ela.

O texto segue para o Senado Federal com mudanças feitas pela Comissão de Finanças, que estabeleceu que os cuidados paliativos devem ser financiados por todos os entes federados, em vez de dotações orçamentárias da União, como previa o texto original. A aprovação foi destacada pela diretora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas, Julieta Fripp, integrante do movimento PaliAtivistas, que reivindica essa política há duas décadas.

“É a primeira vez que eu vejo uma política nascer com tanta potência como a Política Nacional de Cuidados Paliativos. Ela nasce com potência porque vem de baixo pra cima. Uma construção que a sociedade se envolveu muito fortemente.”

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Paciente
A discussão em plenário contou com a participação de uma paciente em remissão de neuroblastoma, câncer infantil comum, que cresce em partes do sistema nervoso ou nas glândulas adrenais. Isis Maria Ferreira, que tem 14 anos, passou por cuidados paliativos desde os nove anos de idade, principalmente para amenizar os efeitos da quimioterapia.

“Eu já tomava remédio antes da quimioterapia para que, quando chegasse ela, eu não sentisse tanta dor. Eu fui uma pessoa muito beneficiada com cuidados paliativos, mas infelizmente isso não é uma realidade de pacientes com câncer ou com qualquer doença que ameace a vida”, disse Isis. “Os cuidados paliativos me ensinaram que eu tinha que viver sempre o hoje, sabe? Eu estava no tratamento, mas além do tratamento eu estava vivendo. Eu tinha uma vida. Os cuidados paliativos olham pra isso, não olham só para sua doença, olham para você, como você está, como você está vivendo”, apontou.

Durante a comissão geral, o deputado Weliton Prado (Solidariedade-MG) lembrou que também está em análise um projeto (PL 4434/21) de sua autoria que cria o Fundo Nacional de Enfrentamento ao Câncer e que também prevê atenção aos cuidados paliativos. O projeto aguarda parecer na Comissão de Saúde.

Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Ana Chalub

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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