POLITÍCA NACIONAL
Governo pode ampliar prazo para cadastramento de pescador artesanal
POLITÍCA NACIONAL

Representantes da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento se mostraram dispostos a estudar um aumento no prazo de envio de documentos para a concessão de licença para pescador artesanal no Brasil.
Neste ano, excepcionalmente, para a manutenção da licença, o interessado tem até 31 de dezembro para preencher e enviar eletronicamente os relatórios de exercício da atividade pesqueira (Reap) relativos ao primeiro semestre ao sistema informatizado de registro do governo. Não fosse isso, o prazo terminaria em outubro.
A reclamação de pescadores que participaram de uma audiência promovida pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados é que o prazo não é suficiente para cadastrar os mais de um milhão de pescadores artesanais existentes no Brasil.
A secretária-adjunta de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Andreia Ribas, procurou tranquilizá-los. “Existe uma expectativa em torno de um milhão de pescadores. Se hoje a gente tem cadastrados 257 mil, é claro que há necessidade de prorrogar esse recadastramento. Os pescadores podem ficar tranquilos. É só uma questão de tempo em relação à formalização”, afirmou Andreia Ribas.

Exclusão
Outra reclamação diz respeito à substituição recente do preenchimento anual do Reap, a partir da data de nascimento do pescador, para um recadastramento semestral pela internet.
“Não traz prejuízo nenhum esse registro da atividade ser uma vez por ano”, afirmou o deputado Padre João (PT-MG), que sugeriu o debate, ressaltando que muitos pescadores moram em lugares sem energia elétrica.
Também na avaliação do presidente da Confederação Nacional de Pescadores e Aquicultores (CNPA), Edivando Soares de Araújo, o sistema de recadastramento prejudica quem vive da pesca. “Fazer um recadastramento, uma manutenção de dados, prejudica pescadores que são analfabetos ou semianalfabetos. Os mais vulneráveis é que são os mais prejudicados.”
O argumento foi reforçado pela defensora regional de Direitos Humanos substituta no Distrito Federal, da Defensoria Pública Federal, Liana Dani. Ela lembrou que faltam energia, celulares e planos de wi-fi na maioria das aldeias e colônias de pesca artesanal. Na avaliação da defensora, o serviço remoto que seria para incluir, na verdade exclui e marginaliza.
Liana Dani ressaltou ainda o risco que essas pessoas correm ao recorrer a atravessadores para fazer o recadastramento. “A gente tem observado fotos de RG, CPF, comprovantes de residência, dados dessas pessoas vulneráveis em celulares de terceiros, em lan houses estranhas. São dados sensíveis, onde pessoas de má-fé podem fazer toda sorte de contratos, toda sorte de loucura com esses dados”, observou a defensora.
Meio termo
Segundo Andreia Ribas, o atual prazo de seis meses para o recadastramento é um meio termo entre a demanda por um ano dos pescadores e o prazo de três meses que seria ideal para o governo, que deve satisfação aos órgãos de controle.
Ela admitiu, por outro lado, que o sistema de recadastramento pela internet é novo e ainda passa por aperfeiçoamento. “A gente sabe que há dificuldades de acesso à internet, mas não podemos retroceder e voltar a papel. Estamos com serviços digitais para que o cidadão possa ter autonomia em relação aos seus direitos”, disse a secretária-adjunta.
Quanto à reclamação de que muitos pescadores não sabem como utilizar essa autonomia, a coordenadora de Registro de Pesca da Secretaria de Aquicultura, Aline Vosgrau, respondeu que conta com colônias e associações de pescadores para dar suporte aos trabalhadores.
Os dados colhidos no recadastramento, segundo as representantes da Secretaria de Aquicultura, servem para o governo elaborar políticas públicas voltadas para a pesca artesanal.
Na opinião do deputado Celso Sabino (União-PA), o futuro da pesca pode estar justamente nesta plataforma que todos os brasileiros podem acessar. “Os pescadores precisam dessa redução da burocracia, desse encurtamento entre os mais longínquos rincões do Pará e a Secretaria de Pesca.”
Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Natalia Doederlein


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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