POLITÍCA NACIONAL
Inpe considera urgente PEC que reserva emendas parlamentares para catástrofes naturais
POLITÍCA NACIONAL
O diretor substituto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilvan de Oliveira, considera urgente a aprovação pelos parlamentares da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 44/23, que reserva 5% das emendas orçamentárias parlamentares para o enfrentamento de catástrofes e emergências naturais. Ele participou nesta terça-feira (4) de audiência pública na comissão especial que analisa a PEC.
“O que nós esperamos, para os próximos anos e décadas, é o aumento na frequência e intensidade de eventos meteorológicos extremos, ou seja, desastres naturais. Então, a PEC não é só necessária, ela é urgente, os dados estão mostrando isso”, disse.
Gilvan de Oliveira relacionou os desastres ambientais no País às mudanças climáticas, com o aumento das temperaturas. Segundo ele, os principais desastres naturais que ocorrem no Brasil são estiagem e seca, seguidos de enxurradas e inundações.
Prevenção
Professor de Direito Ambiental da Unisinos, Delton Carvalho destacou que mais da 25% das mortes por chuva no Brasil nos últimos dez anos ocorreram em 2022. Segundo ele, os desastres podem ser mitigados pela capacidade de prevenção do País. Ele lembrou que, ao mesmo tempo em que os riscos aumentam, o orçamento federal para prevenção de desastres só diminui, conforme demonstram dados do Tribunal de Contas da União (TCU).
“De 2014 a 2023, para gestão de riscos de desastres, foram aplicados – isso envolve o pré e o pós-desastre – R$ 15 bilhões no nosso País”, disse o professor. “Apenas 36% foram destinados para prevenção – o que corresponde a R$ 4 bilhões. Isso demonstra que nós estamos apoiando iniciativas que são fundamentais pós-desastres muito mais do que iniciativas de antecipação”, completou.
Segundo Delton Carvalho, a legislação atual sobre desastres (Lei 12.340/10, atualizada pela Lei 14.601/23) já traz a prioridade para a prevenção e prevê que cabe ao governo federal apoiar estados e municípios no mapeamento de riscos e instituir e manter cadastro de municípios críticos, mas esse sistema não vem sendo implementado devidamente. Um exemplo disso, destacou, é que apenas quatro municípios do Rio Grande do Sul estão neste cadastro, sendo que 90% desses municípios foram afetados pelo desastre climático recente.
PEC necessária
De acordo com o professor, os municípios críticos precisam ser mapeados, e é preciso destinar recursos para isso. Por isso, ele considera a aprovação da PEC “absolutamente necessária”. Porém, fez algumas sugestões ao texto, para que os recursos sejam destinados não apenas para o enfrentamento dos desastres, mas para a prevenção, mitigação, preparo e resposta a desastres, além da reconstrução dos municípios atingidos.
Delton Carvalho sugeriu ainda que seja retirado do texto o trecho que prevê que os recursos voltem aos parlamentares no quarto ano da legislatura caso não tenha sido necessária a sua utilização. O professor alertou que a necessidade de recursos para a área é perene, podendo ser destinados para o Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil (Funcap). Ele acrescentou que o Funcap ainda precisa ser regulamentado.
Relator da proposta, o deputado Gilson Daniel (Pode-ES) já afirmou que vai modificar o texto original, de autoria do deputado Bibo Nunes (PL-RS), para que os recursos sejam destinados também à prevenção de desastres.

Adaptação às mudanças climáticas
Assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e integrante do Observatório do Clima, Alessandra Cardoso reiterou o subfinanciamento da agenda de meio ambiente e clima no Brasil, citando, por exemplo, que 99% dos recursos do Fundo Nacional do Meio Ambiente são contingenciados. Ela chamou a atenção também para a baixa destinação hoje das emendas parlamentares para a agenda do meio ambiente e clima.
Na avaliação dela, a aprovação da PEC é mais um instrumento que pode ser extremamente útil para financiar o novo Plano Clima, que inclui uma Estratégia Nacional de Adaptação às mudanças climáticas. Ela sugere que pelo menos 20% das emendas sejam destinadas para essa estratégia.
O novo Plano Clima, que será apresentado em 2025, deverá ser o principal orientador para o Brasil manter o ritmo de redução no desmatamento e a transição para a economia de baixo carbono rumo à neutralidade climática. De acordo com Alessandra, um passo posterior e mais ambicioso deve ser a construção de um Sistema Único de Meio Ambiente e Clima.
Saiba mais sobre a tramitação de propostas de emenda à Constituição
Reportagem – Lara Haje
Edição – Pierre Triboli
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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