POLITÍCA NACIONAL
Instalada comissão sobre PEC que reserva emendas para o combate a desastres naturais
POLITÍCA NACIONAL
Foi instalada nesta quarta-feira (8) a comissão especial da Câmara dos Deputados que vai analisar a proposta de emenda à Constituição (PEC 44/23) que reserva 5% das emendas individuais ao Orçamento para o enfrentamento de catástrofes e emergências naturais.
O deputado Jorge Goetten (PL-SC) foi eleito presidente do colegiado e o deputado Daniel Agrobom (PL-GO), 1º vice-presidente. O relator será o deputado Gilson Daniel (Podemos-ES).
A comissão especial conta com 34 membros efetivos e o mesmo número de suplentes. O 2º e o 3º vice-presidentes serão eleitos posteriormente.
Relatório conjunto
O colegiado tem 40 sessões do Plenário da Câmara para proferir seu parecer, contadas a partir de 2 de maio, data em que a comissão foi constituída. O plano de trabalho do relator deverá ser apresentado na próxima quarta-feira (15), às 15 horas.
A intenção de Gilson Daniel é construir um relatório em conjunto com todos os parlamentares, especialmente neste momento em que o Rio Grande do Sul enfrenta a maior enchente de sua história.
“Precisamos avançar não apenas na pronta resposta, mas também na prevenção. Se uma casa está numa encosta e a pessoa perde a casa, a gente pode reconstruir a casa, mas a gente não pode fazer um muro de contenção”, afirmou Gilson Daniel.
O presidente Jorge Goetten acrescentou que, quando se trata de enchente, ele fala em causa própria por já ter vivenciado 18 cheias.
“Eventos climáticos não têm partido. Não queremos discussão partidária ou política. A gente quer empatia e solidariedade. É dessa forma que a gente vai conduzir e construir, ouvindo e escutando a todos”, declarou Goetten. “O Brasil é desigual e se tem algo desigual são as enchentes. Ela atinge primeiro quem mora em área de risco, são as pessoas menos favorecidas.”
Ajuda da União
O deputado Duarte Gonçalves Jr (Republicanos-MG), que era prefeito à época do rompimento da barragem de Mariana (MG), em 2015, destacou a importância da ajuda do Poder Público nesses momentos, mesmo que a responsabilidade por tragédias seja de empresa privada.
“A gente não consegue se preparar. Então, a resposta rápida é importante. Se acontecer algo de responsabilidade de empresa privada, que possa o Poder Público estar presente e depois cobrar da empresa”, disse Gonçalves Jr.
Por sua vez, o deputado Kiko Celeguim (PT-SP) defendeu programa de Estado – e não de governo – para enfrentar catástrofes climáticas.
“É necessário ter prevenção da prefeitura e dos estados e, com a União entrando com parceria de financiamento, vamos passar a ter volume considerável de recursos de maneira permanente”, observou Celeguim. “Se o projeto estivesse em vigor, este ano teríamos um acréscimo no nosso orçamento de quase R$ 1,3 bilhão, entre as emendas dos senadores e dos deputados, para fazer pequenas, médias e grandes obras, para enfrentar alagamentos e secas”, contabilizou.
Orçamento
As emendas individuais ao Orçamento são de autoria de cada parlamentar e podem servir, por exemplo, para financiar obras e projetos em seu estado ou região.
De acordo com a Constituição Federal, as emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 2% da receita corrente líquida do exercício anterior ao do encaminhamento da proposta, observado que a metade desse percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
PEC
A PEC 44/23, do deputado Bibo Nunes (PL-RS), estabelece que deverá ser feita, a critério do deputado ou senador, a reserva de 5% do valor disponibilizado às suas emendas para enfrentamento de catástrofes e emergências naturais.
Conforme o texto, o valor deverá ser destinado ao órgão federal competente, que deverá fazer o repasse aos estados ou aos municípios afetados por desastres. O montante deverá ser revertido aos mandatos parlamentares no último ano da legislatura caso não tenha havido intercorrências que justificassem a sua utilização.
Próximos passos
A PEC já havia sido aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania quanto à sua admissibilidade. Agora, será analisada pela comissão especial quanto ao mérito, antes de ser votada em dois turnos pelo Plenário.
Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Ana Chalub
Fonte: Câmara dos Deputados
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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