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Médicos condenam uso do “chip da beleza”

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Representantes de sociedades médicas ouvidos nesta terça-feira (22) pela Comissão do Esporte da Câmara condenaram os implantes hormonais para fins estéticos ou de desempenho esportivo, principalmente de gestrinona, chamados de “chip da beleza”. Segundo eles, não existem estudos científicos sobre a eficácia e a segurança desses implantes.

Cristiane Moulin, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade, disse que os efeitos colaterais dos implantes hormonais vão desde queda de cabelo e acne até danos cardíacos e hepáticos. Apesar disso, segundo ela, o uso dos implantes cresceu. “A população está sendo bombardeada por essas informações e, infelizmente, não tem como saber se faz mal, já que alguns médicos, priorizando o seu ganho financeiro, prometem que essas ações vão trazer benefícios para a saúde, inclusive utilizando celebridades como exemplos de sucesso”, denunciou.

Representantes da Anvisa na audiência esclareceram que a gestrinona foi permitida para o tratamento da endometriose por via oral na década de 80 – mas não houve pedido para registro de implantes, o que até dificulta medidas restritivas. De qualquer forma, a agência proibiu a publicidade de implantes hormonais em 2021 e, em 2022, a gestrinona foi classificada como substância anabolizante.

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Erica Costa, técnica da Anvisa, disse que a agência tem conseguido apenas apreender implantes quando encontra grandes quantidades de produtos que não estariam baseados em receitas médicas. Segundo Erica, a agência também não sabe quem são os fabricantes. “Nós não temos conhecimento de quais são as farmácias exatas. Quem tem este conhecimento são os prescritores que têm contato direto com as farmácia.”

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Uso indiscriminado de implantes hormonais. Endocrinologista - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade - ABESO, Cristiane Moulin.
Cristiane Moulin: médicos priorizam ganho financeiro e não esclarecem pacientes sobre danos

O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, Paulo Miranda, disse que a entidade proibiu a prescrição de hormônios para fins estéticos em março. Já o Conselho Federal de Medicina fez o mesmo em abril de 2023.

Segundo Paulo Miranda, os implantes hormonais têm sido prescritos para problemas diversos para os quais existem tratamentos eficazes, como redução de libido, sarcopenia, endometriose, distúrbios menstruais, redução de gordura, falta de energia e ganho de massa muscular.

Campanha
Cristina Laguna, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, disse que é preciso fazer campanhas de informação sobre o assunto. “Eu tenho uma preocupação muito séria de que tudo que a gente via de anabolizante era dentro das academias ou via mídia social. E o que a gente está vendo com a gestrinona é a prescrição por médicos. Me assusta terrivelmente. Porque são os que deveriam deter o conhecimento para se preocuparem com os efeitos benéficos e maléficos”, afirmou.

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O deputado Dr. Zacharias Calil (União-GO), que propôs a realização da audiência, sugeriu que os médicos divulguem mais os efeitos ruins dos implantes. “Deveria haver um trabalho mostrando realmente os efeitos colaterais principais que vocês têm encontrado na clínica diária”,, disse.

Cristina Laguna contou que, por causa dos efeitos colaterais, até mesmo a gestrinona oral para tratamento da endometriose foi abandonada.

Reportagem – Silvia Mugnatto
Edição – Geórgia Moraes

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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