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Médicos e deputados defendem aprovação de nova droga pelo SUS para tratamento da mielofibrose

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Deputados e médicos especialistas defendem que o Sistema Único de Saúde passe a usar o ruxolitinibe no tratamento da mielofibrose. O debate sobre a utilização do novo medicamento pelos hospitais da rede pública do País aconteceu em audiência pública da Comissão Especial de Combate ao Câncer, da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (29).

A mielofibrose é um tipo raro de câncer que afeta as células responsáveis pela produção de sangue na medula óssea. A incidência é de 1 caso a cada 200 mil pessoas. A doença atinge principalmente idosos acima de 65 anos e tem como principais sintomas anemia, inchaço do baço e do fígado, sudorese, febre, desânimo entre outros. A sobrevida é de 2 a 5 anos em média.

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Tratamento de pessoas com mielofibrose. Dep. Weliton Prado PROS-MG
Prado: falta do tratamento prejudica os mais carentes

O ruxolitinibe é um remédio relativamente novo, aprovado em vários países, como os Estados Unidos e outros da Europa, e também nos hospitais da rede privada brasileira; porém, ainda não foi liberado para uso no SUS.

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde já realizou uma análise preliminar do novo medicamento. Conforme informou a coordenadora-geral de Gestão de Tecnologias do Ministério da Saúde, Priscila Gibrim, apesar de se verificar melhora geral dos pacientes, a incorporação do ruxolitinibe não foi aprovada por falta de dados a respeito da sobrevida.

“Os membros do plenário consideraram que o tratamento está associado a um maior benefício em termos de alívio de sintomas em função da redução do volume do baço, sendo esse o desfecho intermediário. A sobrevida global foi observada em dois ensaios clínicos conduzidos há mais de dez anos e a média de sobrevida não foi alcançada nesses estudos. O que se cogita é confirmar esses benefícios por meio de dados obtidos em estudos observacionais, em estudo de mundo real”, explicou.

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O médico Renato Tavares, diretor da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, rebate a informação. Segundo ele, o medicamento tem eficácia comprovada em boa parte do mundo, tanto na melhora da qualidade de vida quanto no tempo de sobrevivência dos pacientes, inclusive com estudos de mundo real dos Estados Unidos e Europa. Renato Tavares lembrou também que o tratamento já foi aprovado por órgãos de saúde do Brasil e que a não aprovação do uso nos hospitais públicos prejudica, principalmente, a população mais necessitada.

“É um tratamento consagrado e que está sendo negado aos pacientes do SUS, mas é aprovado pela Anvisa e foi aprovado pela ANS. Ou seja: mais uma vez, nós temos pessoas que têm poder econômico no Brasil tendo acesso a tratamento e quem é pobre fica sem”, apontou.

O presidente da Comissão Especial de Combate ao Câncer, deputado Weliton Prado (Pros-MG), também destacou que a falta do tratamento no SUS prejudica os mais carentes. E ressaltou que União já está pagando pelo tratamento, mas somente aos pacientes que entram com ações na Justiça.

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“70% dos pacientes que tratam câncer são pacientes pobre, são pacientes que tratam no SUS e não têm condições de comprar esses medicamentos e E são idosos sem condições. É injusto, inaceitável que esses pacientes não tenham acesso a essa medicação. E alguns conseguem e acaba ficando mais caro para os cofres públicos através de decisões judiciais. E a gente sabe que a judicialização não é a solução”, disse o deputado.

O Ministério da Saúde vai submeter o uso do ruxolitinibe à consulta pública. Depois, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias deve se reunir para decidir se o novo medicamento será oferecido pelo SUS. A deputada Flávia Morais (PDT-GO) afirmou que a Comissão Especial de Combate ao Câncer vai participar da ativamente da consulta pública, com apresentação dos estudos trazidos e outras ações.

“Nós estamos num momento crucial para a aprovação dessa droga, que, com certeza, já tem efeito comprado, já tem conseguido alcançar resultados muito eficazes com muitos pacientes que infelizmente sofrem com a mielofibrose. É uma doença rara, por isso mesmo com medicamentos caros, diagnóstico difícil. E nós sabem o grande desafio que nós temos”, disse ela.

A mielofibrose só é curável mediante o transplante de medula óssea, mas muitos pacientes não podem receber esse tipo de tratamento, daí a necessidade de drogas paliativas para melhorar qualidade de vida dos pacientes.

Reportagem – Silvério Rios
Edição – Ana Chalub

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Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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