POLITÍCA NACIONAL
Ministra da Igualdade Racial explica gastos com viagens a deputados
POLITÍCA NACIONAL
A pedido dos deputados Kim Kataguiri (União-SP) e Helio Lopes (PL-RJ), a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, explicou na Câmara os gastos do ministério com viagens. De acordo com Kim Kataguiri, no ano passado, praticamente metade do orçamento discricionário do Ministério da Igualdade Racial (cerca de R$ 6 milhões) foi gasto em deslocamentos dentro e fora do País.
A ministra foi ouvida em reunião conjunta das comissões de Fiscalização Financeira e Controle; e de Direitos Humanos e Minorias.
Kim Kataguiri disse que o ministério gastou R$ 170 mil somente em uma viagem para participar do 10º Fórum Jurídico de Lisboa. Segundo o deputado, o que o incomoda “é o uso de verbas públicas para passeios, quando não havia nenhuma necessidade”.
Kataguiri citou ainda o aumento de 67% dos casos de racismo entre 2022 e 2023. “Enquanto a senhora fica enfrentando moinhos de vento, como falar sobre o racismo climático, ou dizer que a expressão buraco negro é racista, o racismo real cresce no nosso país sob a gestão de vossa excelência.”
Anielle Franco garantiu que não há nenhuma irregularidade na aquisição das passagens. Conforme a ministra, quando o deputado consultou os dados era meio do ano, e o orçamento ainda não estava consolidado. Em 2023, relatou que o órgão gastou somente 15% da dotação orçamentária com viagens.
“Existe o orçamento que é programado, o orçamento que é empenhado e o orçamento que é executado. Quando muitos divulgaram que a gente tinha mais da metade do nosso orçamento para passagens e diárias, isso não é real. Nós chegamos, no Ministério da Igualdade Racial, no final de 2023, com o orçamento 85% investidos em políticas, e 15%, sim, em passagens e diárias para missões institucionais.”
Sobre a viagem a Lisboa, Anielle Franco citou uma série de compromissos durante a missão oficial, como a assinatura de um acordo com o Observatório de Racismo e Xenofobia português e um encontro com o presidente de imigração daquele país, para entender quais medidas estão sendo tomadas para os casos de racismo e xenofobia contra brasileiros em Portugal.
O deputado Jorge Solla (PT-BA) avalia que um evento jurídico é o espaço mais importante para discutir a discriminação racial. “Quer melhor espaço do que um evento de natureza jurídica para discutir a nossa legislação e o quanto a legislação está adequada ou não para enfrentar essa causa? Mas aí é vítima de questionamento.”
Voo da FAB
Kim Kataguiri também questionou uma viagem da ministra e assessores em voo da FAB para São Paulo. Anielle Franco esclareceu que se tratava de missão oficial, em que foi assinado um convênio com a Confederação Brasileira de Futebol para combate ao racismo no esporte. “Existe também um decreto que nos permite, em missões institucionais, que a gente possa usar”.
Racismo
O deputado Jorge Solla afirmou que, mesmo com todas as mudanças no País, o preconceito e a discriminação racial ainda prosperam. Na opinião do parlamentar, o próprio pedido de explicações sobre as viagens de integrantes do Ministério da Igualdade Racial são um caso de racismo.
“Eu não vejo questionarem o número de passagens que o ministro da Agricultura usa para participar de eventos. A quantidade de assessores secretários que o ministro da Indústria e Comércio utiliza para participar de feiras e eventos, muito pelo contrário”, disse.
Ações
Anielle Franco também apresentou na audiência algumas realizações do ministério. A ministra ressaltou que, até o momento, o governo investiu R$ 500 milhões no Plano Juventude Negra Viva, que envolve 18 ministérios. O principal objetivo do plano é reduzir a violência letal contra a juventude negra. Como lembrou Anielle Franco, 75% das vítimas de homicídio no País são jovens negros.
Ainda conforme a ministra, por meio da Política de Direito à Terra e ao Território, o órgão conferiu sete titulações a territórios quilombolas. A medida, segundo afirmou, beneficiou 876 famílias. Hoje, o país conta com 214 mil famílias vivendo em quilombos no Brasil, o que soma 1,17 milhão de pessoas. Os dados são do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2022, que, como lembrou a ministra, pela primeira vez incluiu os quilombolas.
Reportagem – Maria Neves
Edição – Geórgia Moraes
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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