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Ministra garante que investimento em ciência, tecnologia e inovação é prioridade do governo

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A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, garantiu que o investimento na área é prioridade do governo Lula e destacou a reestruturação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CNCT) e a recomposição do  Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDTC) entre as principais ações tomadas nos 100 primeiros dias de gestão. Ela compareceu à Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (19), para apresentar o plano de ações e as políticas de governo.

Em 100 dias, Luciana Santos disse que implementou ações de caráter emergencial para recuperar a capacidade científica e contribuir para a reindustrialização do País. Segundo ela, foi retomado o diálogo com a comunidade científica e acadêmica, inclusive do setor produtivo. Uma das unanimidades, disse a ministra, era a necessidade de reestruturação do CNTC, o que já foi feito por meio de decreto publicado no início de abril. Ela ressaltou que as reuniões do conselho passarão a contar com a participação do presidente Lula.

Outra prioridade será a recomposição integral do FNDTC. Conforme a ministra, os recursos do fundo foram contingenciados no último governo por meio da MP 1136/22, e com essa medida seriam liberados integralmente apenas em 2026. “Em combinação com o presidente Lula, optamos pela estratégia de que essa medida provisória caísse por decurso de prazo, e o presidente apresentou PLN [Projeto de Lei do Congresso Nacional 01/23] que propõe abertura de crédito suplementar no valor de R$ 4,18 bilhões. Com isso nós vamos garantir que R$ 9,96 bilhões sejam aplicados em 2023”, disse. O projeto ainda precisa ser aprovada pelos parlamentares.

A ministra informou que já foi aprovada pelo Congresso proposta para que a Taxa Referencial (TR) seja usada nos empréstimos com recursos do fundo em substituição à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). “Isso viabilizou R$ 1 bilhão em 100 dias de crédito para financiamento do setor produtivo nacional na área de inovação, e isso não é qualquer coisa”, avaliou.

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Agenda legislativa
Além do PLN 01/23, a agenda legislativa do governo inclui a aprovação do PL 4944/20, da deputada Luisa Canziani (PSD-PR), o qual altera a Lei do Bem, que trata de incentivos à inovação tecnológica pelo setor produtivo. “O que ocorre é que ele tem um prazo muito curto para executar, e ela propõe que se estenda por mais uns anos os restos a pagar, aquilo que não conseguiu ser executado naquele determinado período e nós concordamos com isso e queremos que o mais rapidamente possa ir para o Plenário para que a gente aprove”, disse.

A ministra também apoia o PL 5876/16, do ex-deputado Celso Pansera (RJ), que destina 25% do Fundo Social do pré-sal para programas e projetos na área de ciência e tecnologia; e o acordo entre Brasil e a Organização Europeia sobre pesquisa nuclear (MSC 701/22).

Concurso e reajuste
A ministra anunciou a realização de concurso público com abertura de 814 novas vagas no MCTI e nas 16 unidades de pesquisa vinculadas ao ministério, onde, conforme ela, faltam recursos humanos. De acordo com Luciana Santos, será o primeiro concurso público promovido pelo governo, o que demonstra a prioridade dada para a área.

A ministra chamou a atenção ainda para o reajuste das bolsas da Capes e do CNPq, já promovido pelo governo, contemplando 258 mil estudantes. E destacou ainda a publicação de edital do CNPq, em março, no valor de R$ 100 milhões para apoiar projetos que estimulem o ingresso e a formação de meninas e mulheres nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação.

Reestruturação da Ceitec
Outra iniciativa do governo foi reverter a liquidação da Ceitec e, para promover isso, foi constituído grupo de trabalho interministerial. A Ceitec é a empresa pública do setor de semicondutores, cujo desmonte, realizado há dois anos, causou polêmica no governo passado.

A ministra também informou que o governo vai promover de 14 a 20 de outubro, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, para a popularização da ciência e, no ano que vem, a Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, depois de 13 anos sem realização da conferência.

Will Shutter / Câmara dos Deputados
Reunião Extraordinária – Plano de ações e políticas de governo no setor de Ciência, Tecnologia e Inovação. Dep. Luisa Canziani (PSD - PR)
Para Luisa Canziani, um país mais justo exige mais investimentos em C&T

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Orçamento e inovação
Presidente da comissão e autora do pedido da audiência, Luisa Canziani disse que o colegiado quer trabalhar em conjunto com o ministério na implementação de políticas para a área. “Se a gente quer um País mais justo, inclusivo e igualitário, necessariamente precisamos valorizar e investir em ciência, tecnologia e inovação”, disse.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que também pediu o debate, afirmou que a ciência voltou a ser valorizada neste governo. Ela sugeriu que a comissão contribua para a recomposição orçamentária robusta do ministério.

Para o deputado Vitor Lippi (PSDB-SP), é importante não apenas ter mais recursos, mas avaliar como estão sendo usados. De acordo com o parlamentar, é preciso estruturar a área de inovação, lembrando que o Brasil já produz bastante conhecimento científico. Ele defendeu ainda a retomada do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores, componente estratégico para a indústria, e que o Brasil se torne exportador desse componente.

A ministra também constatou a dificuldade do País em promover inovação – ou seja, transformar conhecimento em produtos e serviços. O País ocupa o 13º lugar em produção científica, mas ocupa o 64º lugar no ranking mundial em inovação. Segundo ela, a decisão política deve se apostar em inovação em áreas como energia e informática, como já se tomou a decisão política no passado nas áreas de aviação e petróleo, por meio da Embraer e Petrobras.

Presidentes e representantes de várias entidades da área de ciência e tecnologia compareceram ao debate.

Reportagem – Lara Haje
Edição – Roberto Seabra

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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