POLITÍCA NACIONAL
Ministro garante a deputados liberação de recursos da educação
POLITÍCA NACIONAL

O ministro da Educação, Victor Godoy, garantiu nesta quarta-feira (14), na Câmara dos Deputados, que o governo vai desbloquear recursos, abrir espaço no orçamento da pasta e garantir políticas essenciais da educação ainda neste ano.
“Até o fim desta semana, teremos uma medida provisória que abrirá espaço no orçamento da educação permitindo a total liberação dos R$ 2 bilhões do financeiro e o desbloqueio parcial do orçamento. Ainda não temos esse número [do orçamento], mas temos a sinalização de que todas as políticas essenciais serão garantidas até o fim do ano, em especial a do livro didático”, afirmou o ministro.
Victor Godoy explicou que recursos orçamentários são aqueles que ainda não foram empenhados (ou seja, reservados para efetuar um pagamento planejado) e, no caso, totalizam R$ 2,3 bilhões e dependerão de uma definição do governo acerca do montante que será aberto no teto de gastos. Já o recursos financeiro foram empenhado, mas não estão sendo pagos. São os R$ 2 bilhões que serão liberados em sua totalidade.
O ministro participou de audiência pública na Comissão de Educação para prestar esclarecimentos sobre os recentes bloqueios de verbas na educação superior.
“O corte decorre da imposição de uma responsabilidade fiscal. Na medida que temos o teto de gastos e uma série de despesas extraordinárias, isso naturalmente obrigou o governo a fazer ajustes para garantir o cumprimento da lei”, explicou. “A recomposição tem sido buscada diuturnamente. Sempre buscamos por meio do diálogo e do levantamento dos impactos pelo Ministério da Educação. A expetativa é ter 100% de liberação dos recursos do financeiro na segunda-feira (19).”
A fala de Victor Godoy se deu em resposta ao deputado Bira do Pindaré (PSB-MA), que criticou o bloqueio de valores empenhados. “Estamos falando de cientistas, pesquisadores, de alto nível, ficando sem bolsa e sem assistência estudantil”, lamentou Bira do Pindaré.
Presidente da Comissão de Educação, o deputado Kim Kataguiri (União-SP) também se mostrou preocupado com as bolsas de pesquisa. Diversos estudantes, disse, foram prejudicados.
Em resposta, o ministro lembrou que já houve, na semana passada, a liberação de R$ 300 milhões, ampliados para R$ 460 milhões, o que garantiu o pagamento das bolsas.
Cobranças
Durante toda a reunião, que durou mais de três horas, os parlamentares foram enfáticos nas cobranças feitas ao ministro. Eles querem o compromisso do governo de que os recursos serão realmente liberados.
“A gente não aguenta mais promessa, a gente quer uma solução efetiva. Reitores não têm como ficar numa queda de braço com o Ministério da Educação, cada dia com uma informação nova”, reclamou o deputado Glauber Braga (Psol-RJ).
Victor Godoy garantiu que tem sido transparente com os reitores e tem recebido a todos. Segundo o ministro, não se trata apenas de ter muitos recursos se as políticas de educação não forem bem construídas.
Para a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), recurso não é tudo, mas é absolutamente necessário. “Quando a gente fala desses investimentos, não é correto dizer que estão sendo utilizados de forma eficiente. Este é um ministério com taxa de execução baixíssima. Este é um governo que permitiu que o governo fosse executado via orçamento secreto”, criticou.
Ensino superior x educação básica
O ministro da Educação concordou sobre a importância dos recursos, mas apontou que o Brasil investe mais no ensino superior que na educação básica, chegando a ser oito vezes mais por matrícula. “As demandas da universidade são pertinentes. Só que chega um ponto que não dá para investir 20% do PIB em educação. Nenhum país faz isso. O que precisamos é rediscutir as formas de financiamento da educação no País”, sugeriu.
No caso da educação básica, segundo Victor Godoy, houve avanços com a aprovação do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Para a educação superior, o ministro defendeu encontrar novas formas de financiamento, inclusive com investimento privado.
Herança
O ministro da Educação afirmou ainda que o governo de Jair Bolsonaro herdou problemas vindos de gestões anteriores e citou dados, como os da Avaliação Nacional de Alfabetização de 2016, que demonstrou que 55% dos estudantes do 3º ano do ensino fundamental não tinham proficiência adequada em escrita e leitura.
Segundo Victor Godoy, o ministério tem trabalhado com base na ciência e elaborou, por exemplo, uma nova política de alfabetização depois de ouvidos mais de cem especialistas do mundo inteiro. Foram priorizadas, segundo o ministro, além da alfabetização, a recuperação da aprendizagem e os investimentos em tecnologia nas escolas.
“Em 2020, a educação pública não estava preparada para enfrentar o fechamento das escolas, não tínhamos plataforma de ensino. Nesse período, conectamos mais de 26 mil escolas à internet”, listou.
O deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) concordou com a fala de que os problemas da educação no Brasil não são do governo Bolsonaro apenas. Ele mencionou ainda a pandemia de Covid-19 como agravante da situação.
Evair Vieira de Melo, assim como outros deputados, também elogiou o ministro, que, na sua opinião, goza de prestígio, credibilidade e competência.
Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Natalia Doederlein
Fonte: Câmara dos Deputados Federais


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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