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Mudanças climáticas são desafio para melhorar abastecimento de água tratada, afirma deputado

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No Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março, a ONG Instituto Trata Brasil mostra que quase 35 milhões de pessoas ainda não têm água tratada e 100 milhões estão sem coleta de esgoto nos 100 maiores municípios brasileiros.

O ranking do saneamento, com dados de 2020, aponta ainda que os investimentos no setor são insuficientes e revela uma das consequências: hospitalizações por causa das chamadas “doenças de veiculação hídrica”, como cólera e hepatites infecciosas.

Paulo Sergio/Câmara dos Deputados
Discussão e votação de propostas. Dep . Rodrigo Agostinho PSB - SP
Agostinho: fornecimento de água tratada melhorou, mas ainda há muitos problemas

Em entrevista à Rádio Câmara, o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP) listou os problemas no abastecimento de água: nem sempre ela está próxima da população; frequentemente o transporte é difícil; e muitas vezes a água disponível não pode ser utilizada.

“Na região metropolitana de São Paulo, a principal fonte de abastecimento é distante, porque o principal rio da cidade virou o ralo da cidade, que é o Tietê. No São Francisco, o problema é a sazonalidade, a gente tem que compatibilizar os diferentes usos: geração de energia, sistemas de irrigação, água para o setor agropecuário e também para a população”, disse.

Integrante da Frente Parlamentar Ambientalista, Rodrigo Agostinho destaca a atualização do Marco Legal do Saneamento Básico e a Política Nacional de Recursos Hídricos, a chamada Lei das Águas, que está completando 25 anos, como avanços importantes.

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Projeto do governo
Na entrevista, o deputado mostrou preocupação com o projeto do Poder Executivo (PL 4546/21) que institui a Política Nacional de Infraestrutura Hídrica e que, segundo o parlamentar, “foi elaborado sem discussão com a sociedade e precisa de aperfeiçoamentos”. Entidades de defesa do meio ambiente têm apontado que o projeto centraliza a gestão da água, enfraquecendo os comitês de bacias hidrográficas, além de ignorar as mudanças climáticas e a relação entre uso da água e gestão ambiental.

Na justificativa do projeto, o ministro da Infraestrutura, Rogério Marinho, aponta que o objetivo da proposta é promover alternativas para garantir que as ações de infraestrutura hídrica e de gerenciamento dos recursos hídricos sejam expandidas e aprimoradas.

“A proposta visa estruturar a política pública para aprimorar os investimentos públicos e alavancar e direcionar os investimentos privados em infraestrutura hídrica, bem como reconhecer os serviços públicos prestados por elas para o estabelecimento de um modelo de sustentabilidade econômica e financeira, criando alternativas ao atual modelo no qual os recursos de investimento e custeio dependem dos orçamentos de esfera fiscal e de seguridade social”, diz o ministro.

Clima
O deputado também chama atenção para a consequência das questões climáticas globais no abastecimento de água à população, já que a tendência é que haja cada vez mais eventos climáticos extremos – muita seca em um período, muita chuva em outro.

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“O período de seca mais prolongado, para algumas cidades, vai representar grandes desastres no sistema de abastecimento, e os períodos de chuva muito intensos, que a gente já está vendo aí nesse verão, essas grandes catástrofes. Nós vamos precisar ter um programa grande de recuperação de nascentes, recuperar áreas de mananciais hoje ocupadas, políticas habitacionais para tirar as pessoas dessas áreas, dar uma condição adequada a essas famílias e recuperar essas áreas de produção de água”, afirmou.

Rodrigo Agostinho reconhece que o fornecimento de água tratada melhorou nos últimos 20 anos e hoje atinge 83% da população brasileira. Ele acha que a meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, de chegar a 100% até 2030, pode ser alcançada nas cidades, a depender dos investimentos que serão feitos, mas é mais difícil em comunidades ribeirinhas e áreas isoladas do país.

Reportagem – Cláudio Ferreira
Edição – Ana Chalub

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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