POLITÍCA NACIONAL
Mulheres parlamentares do G20 vão se reunir para discutir justiça climática e combate a desigualdades
POLITÍCA NACIONAL
A Câmara dos Deputados promove nos dias 1º e 2 de julho a 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20, o fórum do Poder Legislativo do G20, com o lema “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”.
As parlamentares dos países-membros do G20 (grupo que representa as 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana) e também das nações convidadas para a Cúpula de Líderes, além de representantes de organismo internacionais, vão debater temas como promoção da justiça climática, desenvolvimento sustentável e combate às desigualdades. O foco das discussões serão os impactos para meninas e mulheres.
O encontro ocorrerá no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Maceió (AL), uma das cidades-sede do G20.
A coordenadora da bancada feminina, deputada Benedita da Silva (PT-RJ), considera muito importante que as decisões do G20 passem também pelos parlamentos. “Os congressos nacionais têm uma relevância enorme nas decisões e tratativas que o G20 tem feito, então é preciso que a gente apresente também uma proposta para o meio ambiente e a economia”, disse.
“E todas essas questões têm o recorte de gênero. Nós estamos colocando as mulheres discutindo esses temas e dizendo o tanto essas pautas são importantes para as suas vidas”, acrescentou.
Programação
A cerimônia de abertura do evento terá a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que assumiu o comando do P20 em outubro de 2023, no lugar do presidente da Casa do Povo da Índia, Om Birla. Além disso, participarão da solenidade a 2ª secretária da Mesa Diretora da Câmara, deputada Maria do Rosário (PT-RS), e a coordenadora da bancada feminina, Benedita da Silva, entre outras autoridades.
A programação da 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20 contará ainda com um painel sobre os avanços legislativos e das políticas públicas para as mulheres no Brasil. Haverá sessões de trabalho sobre a ampliação da representatividade feminina em espaços decisórios; sobre o combate às desigualdades e a promoção da autonomia econômica das mulheres; e sobre a promoção da justiça climática e o desenvolvimento sustentável para mulheres e meninas.

“Nós vamos fazer essa discussão no P20 buscando olhar de que forma nós, parlamentares mulheres, podemos e devemos participar para estabelecer legislações que busquem, de fato, levar a sociedade a um consciência ecológica para termos uma transição climática justa”, explica a deputada Socorro Neri (PP-AC).
Segundo ela, uma transição climática justa deve “olhar para aquelas populações mais vulneráveis, que são exatamente as que menos contribuem para os efeitos das mudanças climáticas e são as mais atingidas: os indígenas, os ribeirinhos, as pessoas que residem em regiões periféricas das cidades”.
Delegações confirmadas
Quatro organismos internacionais – União Europeia, ONU, ONU Mulheres e Mercosul – e 26 países irão enviar delegação para a 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20. Ao todo, estão confirmadas 171 mulheres deputadas e senadoras.
Dos países-membros do G20, irão participar: Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Brasil, China, Estados Unidos, Índia, Indonésia, Itália, México, Reino Unido, Coreia do Sul e Rússia.
Estarão presentes ainda, como convidados do grupo, representantes dos seguintes países: Angola, Espanha, Nigéria, Noruega, Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Princípe, Timor-Leste, Bolívia e Paraguai.
G20 no Brasil
A 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares é um dos diversos eventos que precedem a Cúpula de Líderes do G20, que acontecerá no Rio de Janeiro, no final de novembro, com os chefes de Estado e de governo.
Em 2024, o Brasil exerce a presidência do G20, que reúne anualmente os países com as maiores economias do mundo para discutir questões econômicas, políticas e sociais.
Ao longo do ano, serão realizadas mais de 100 reuniões dos grupos de trabalho nas 15 cidades-sede do evento, distribuídas nas cinco regiões do País. No âmbito legislativo, além da reunião das mulheres parlamentares, será realizada a Cúpula do P20, em Brasília, em novembro.
Os países do G20 representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, mais de 75% do comércio do planeta e quase 2/3 da população mundial.
Reportagem – Lara Haje
Edição – Marcelo Oliveira
Fonte: Câmara dos Deputados
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.