POLITÍCA NACIONAL
Participantes de sessão solene protestam contra garimpo ilegal em terras indígenas
POLITÍCA NACIONAL

Participantes de sessão solene no Plenário da Câmara dos Deputados para celebrar o Dia dos Povos Indígenas, comemorado em 19 de abril, protestaram contra o garimpo ilegal em terras indígenas e a análise de propostas que flexibilizam a atividade.
Segundo a deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), primeira mulher indígena a ser eleita deputada federal, o governo segue incentivando o garimpo nos territórios indígenas. Ela também afirmou que políticas públicas voltadas aos povos originários estão negligenciadas.
“O genocídio está acontecendo, e o governo continua encorajando o garimpo ilegal nas terras indígenas. O ouro, a soja, a energia têm sangue indígena derramado. As políticas de educação escolar indígena e a saúde especial indígena, que há anos conquistamos, com muita luta, estão sendo sucateados. Nossas comunidades estão sendo abandonadas, sofrendo um total descaso do governo”, denunciou.
Propostas em tramitação
A deputada e outros participantes da sessão se posicionaram de forma contrária a duas propostas em análise na Câmara. Uma delas (PL 490/07) trata da demarcação de terras indígenas e traz o polêmico tema do marco temporal. O projeto garante como terras tradicionalmente ocupadas pelos indígenas brasileiros apenas aquelas que, na promulgação da Constituição de 1988, obedeciam simultaneamente a três requisitos: habitadas por eles em caráter permanente; utilizadas para suas atividades produtivas, imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar; e essenciais à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
A outra proposta (PL 191/20), do governo federal, regulamenta a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em reservas indígenas. Ambas as propostas estão prontas para a pauta do Plenário.
Segundo Enock Taurepang, conselheiro indígena de Roraima, em pautas como essas, a opinião que importa é a dos povos originários. “Se eu como Taurepang, como índio, estou falando que sou contra, aceitem. Não são os senhores dos seus gabinetes que podem impor destruição ao meu território, aos territórios indígenas”, disse.
Denúncias
Junior Yanomami, líder da Associação Yanomami, denunciou a ação de garimpeiros em suas terras, que tem resultado em tragédia para os povos que ali vivem. “Nossas crianças estão morrendo por contaminação de mercúrio, nossas mulheres estão sendo estupradas pelos garimpeiros. Nós, recentemente, lançamos um relatório muito importante, colocamos na mídia, colocamos para as autoridades. Para os senhores verem a realidade de sofrimento do povo indígena, particularmente Yanomami. Semana passada, os garimpeiros armaram jovens, adolescentes Yanomami e atacaram uma comunidade, o que causou quatro mortes”, afirmou. Ele sugeriu que a Câmara recomende ao governo federal que faça uma operação na terra Yanomami voltada à proteção dos indígenas.
Rafael Weree, presidente do Movimento Indígena do PDT, disse que o povo indígena está abandonado, que o “Congresso atropela os direitos, a vida e o modo de viver dos indígenas no Brasil” e que os povos originários só encontram autoritarismo por parte do governo e do Parlamento.
Tentativa de invasão
A deputada Vivi Reis (Psol-PA), que também pediu a realização da sessão solene, denunciou a tentativa de invasão de garimpeiros na terra indígena Xipaya.
Reportagem – Paula Bittar
Edição – Ana Chalub


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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