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Projeto da LDO de 2024 muda requisitos para a apresentação de emendas parlamentares

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Nota técnica sobre o projeto da LDO de 2024 (PLN 4/23), elaborado pelas consultorias de Orçamento da Câmara e do Senado, mostra que o texto traz novos requisitos para a apresentação de emendas parlamentares individuais ao Orçamento de 2024, critérios que já vigoram para as emendas de bancada estadual. Os dois tipos de emenda são impositivos, ou seja, de execução obrigatória pelo governo.

Com a aprovação do novo arcabouço fiscal, o valor será de R$ 25,1 bilhões para as emendas individuais e de R$ 12,5 bilhões para as emendas de bancadas estaduais.

Pelo projeto, as emendas que se destinem a investimentos com duração superior a um ano deverão corresponder a projetos incluídos no projeto do Plano Plurianual 2024-2027, que ainda será enviado pelo governo. Na LDO de 2023, esse dispositivo é facultativo e apenas para as emendas de bancada. O projeto também determina que todas as emendas sejam destinadas, prioritariamente, a projetos em andamento.

Outro dispositivo do projeto da LDO de 2024 afirma que, caso a obra tenha previsão de duração superior a um ano ou se a execução já tiver sido iniciada, ela deve ser objeto de emendas a cada processo orçamentário, pelo mesmo autor, até que seja concluída.

Atualmente, essa exigência também abrange só emendas de bancada. Os consultores ainda observam que não constou do projeto a vinculação, durante a execução orçamentária, das indicações de beneficiários de emendas e da ordem de prioridade de execução; ações que são feitas pelos autores das emendas.

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Regularidade fiscal
Em relação às transferências voluntárias, que são os convênios firmados entre a União e os estados e municípios, os consultores afirmam que foi mantido dispositivo que obriga a verificação da regularidade fiscal do ente federativo apenas no momento da contratação do convênio. Ou seja, há dispensa no momento do desembolso.

“Se por um lado a regra pode evitar a descontinuidade de obras e serviços custeados total ou parcialmente com recursos federais, por outro deixa de estimular a manutenção das condições de regularidade fiscal para que os entes da Federação possam receber transferências voluntárias”, afirma a nota.

Foram retirados, porém, dispositivos que dispensam a verificação de adimplência para municípios com menos de 50 mil habitantes.

Em termos de transparência orçamentária, o governo incluiu no texto uma maior divulgação sobre a arrecadação e eventuais renúncias fiscais por parte do Sistema S e de entidades de fiscalização profissional que arrecadam tributos. Também foram incluídos investimentos de estatais não dependentes no mesmo cadastro destinado às obras e serviços de engenharia do Orçamento, para consulta com acesso público.

Precatórios
De acordo com a nota técnica, o projeto muda algumas medidas em relação ao pagamento de precatórios, que são dívidas da União que já foram julgadas pela Justiça. Foram excluídas da lei orçamentária as compensações de dívidas entre credores e a União, e priorizados os pagamentos de anos anteriores dos “superpreferenciais”. Esses credores são os que têm idade a partir de 60 anos, portadores de doenças graves, ou pessoas com deficiência, e que têm a receber até R$ 237,6 mil.

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O governo ainda determina que o Poder Judiciário detalhe melhor os precatórios apresentados até o dia 2 de abril de 2023 e encaminhe, até 31 de janeiro de 2024, uma lista atualizada.

No texto da LDO de 2024, o governo também precisa informar os “riscos fiscais” para o próximo ano. Neste ponto, as consultorias destacaram as demandas judiciais em curso no âmbito da Advocacia-Geral da União. As ações classificadas como “risco possível” aumentaram 117,5% entre 2021 e 2022, chegando a R$ 2,7 bilhões. De acordo com o governo, foram incluídas ações referentes à reforma da Previdência e à correção monetária do FGTS.

Outro risco destacado foi o do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A concessão de créditos estudantis teria um risco associado de R$ 106 bilhões.

Em janeiro, o governo criou um Conselho de Acompanhamento e Monitoramento de Riscos Fiscais Judiciais dentro da AGU.

Os consultores da área orçamentária comentaram ainda que o projeto do arcabouço fiscal (PLP 93/23) prevê que as limitações de gastos vão incidir sobre as dotações orçamentárias e não mais sobre a execução das despesas. Por causa disso, os pagamentos de restos a pagar, ou seja, as dotações de orçamentos de anos anteriores, poderão ser feitos sem restrição do teto de gastos. “Poderá ser controlado, todavia, com vistas a dar cumprimento à meta de resultado primário”, afirma a nota.

Reportagem – Sílvia Mugnatto
Edição – Roberto Seabra

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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