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POLITÍCA NACIONAL

Projeto do governo federal redefine diretrizes do ensino médio no País

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POLITÍCA NACIONAL

O Projeto de Lei 5230/23, proposto pelo governo federal, redefine a Política Nacional de Ensino Médio no Brasil. O texto, que tramita na Câmara dos Deputados, é uma alternativa à reforma do ensino médio de 2017.

A proposta modifica pontos como:

  • carga horária;
  • disciplinas obrigatórias;
  • formação de professores; e
  • os chamados “itinerários formativos”, criados pela reforma de 2017 para permitir ao estudante completar a grade curricular com áreas do conhecimento de seu interesse.

O projeto recompõe as 2.400 horas anuais para as disciplinas obrigatórias e sem integração com curso técnico. No caso dos cursos técnicos, serão 2.100 horas de disciplinas básicas e, pelo menos, 800 horas de aulas técnicas.

Atualmente, as escolas devem destinar 1.800 horas anuais para as disciplinas obrigatórias e o restante, de 1.200 horas, para os itinerários formativos: matemáticas; linguagens; ciências da natureza; ciências humanas; ou formação técnica e profissional.

Percursos de aprofundamento
Em substituição aos itinerários formativos, o texto define que o currículo do ensino médio será composto por uma formação geral básica e por Percursos de Aprofundamento e Integração de Estudos, que vão combinar, no mínimo, três áreas do conhecimento, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino.

O aprofundamento poderá ocorrer com ênfase nas seguintes áreas:

  • linguagens, matemática e ciências da natureza;
  • linguagens, matemática e ciências humanas e sociais;
  • linguagens, ciências humanas e sociais e ciências da natureza;
  • matemática, ciências humanas e sociais e ciências da natureza.
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Os sistemas de ensino deverão garantir que todas as suas escolas de ensino médio ofertem, no mínimo, dois percursos com ênfases diferentes.

O texto prevê ainda que o Ministério da Educação (MEC) definirá, por meio de regulamento, parâmetros nacionais para a organização interna de cada um dos percursos de aprofundamento.

Disciplinas obrigatórias
O projeto de lei torna obrigatórias, em todo o ciclo do ensino médio, as seguintes disciplinas: história, geografia, química, física, biologia, matemática e as línguas portuguesa, inglesa e espanhola. Hoje, são obrigatórias apenas: língua portuguesa, matemática, educação física, arte, sociologia e filosofia.

Notório saber
A proposta estabelece que profissionais com notório saber, que atualmente podem ser contratados para dar aulas sobre conteúdos de suas áreas de formação ou experiência profissional, só poderão atuar no ensino médio em situações excepcionais, conforme regulamento.

Todas as alterações são inseridas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

Desigualdades
Segundo o MEC, muitos dos elementos da Lei 13.415/17, conhecida como Novo Ensino Médio (NEM), não encontraram apoio de educadores e estudantes.  A implementação do NEM está suspensa desde abril.

Uma das críticas é a aprovação via Medida Provisória (MP 746/16), que reduziu o tempo de debate com a sociedade. Além disso, estudos independentes e uma consulta pública iniciada pelo MEC em abril deste ano apontaram que a autonomia dos estudantes – principal ponto defendido pelos apoiadores da reforma –, ficou prejudicada em escolas com perfil socioeconômico mais baixo, como turmas do ensino noturno, da educação de jovens e adultos (EJA) e de escolas de campo, indígenas e quilombolas.

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Segundo o MEC, em 2022, 48% das unidades federativas não haviam iniciado a implementação do NEM nas turmas de EJA, 15% declararam que não iniciaram nas turmas do ensino noturno e 22% em escolas indígenas.

“A diversificação de trajetórias pressupõe que os estudantes tenham acesso igual a recursos, oportunidades e orientação vocacional”, diz a justificativa do governo para o projeto.

Os estudos também identificaram falta de professores para a oferta dos itinerários formativos e para a expansão da carga horária por meio do ensino a distância.

Censo
De acordo com o Censo Escolar 2022, 6,89 milhões de estudantes cursavam o ensino médio em 20.769 escolas públicas; e cerca de 1 milhão, em pouco menos de 9 mil escolas privadas.

Segundo MEC, apenas 51% dos municípios brasileiros (2.831) contam com escola pública que oferta o ensino médio.

Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Pierre Triboli

Fonte: Câmara dos Deputados

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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