POLITÍCA NACIONAL
Relator apresenta parecer pelo arquivamento de processo disciplinar contra Márcio Jerry
POLITÍCA NACIONAL
O deputado Ricardo Maia (MDB-BA), relator de processo disciplinar (Representação 2/23) contra o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA), apresentou nesta quarta-feira (2) ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar parecer preliminar pelo arquivamento da representação apresentada pelo PL. Jerry é acusado pelo partido de importunação sexual contra a deputada Julia Zanatta (PL-SC) durante audiência pública com o ministro da Justiça, Flávio Dino, em 11 de abril.
Imagens de câmeras mostram que Jerry se aproxima por trás de Julia, apoia seu corpo contra o da colega e coloca o rosto em meio ao cabelo dela. Conforme o PL, trata-se de ato de incontestável natureza abusiva, com contornos de importunação sexual e de violência política de gênero, na medida em que a cena representa um claro ato de intimidação.
O relator considerou que não há justa causa para a continuidade do processo. Para ele, a conduta descrita não configura afronta ao decoro parlamentar. “Conclui-se que não houve prática de qualquer conduta atentatória ou incompatível com o decoro parlamentar pelo representado”, disse. Segundo ele, o contexto era de tumulto, e o comportamento não teria tido fins libidinosos ou de impedir ou restringir os direitos políticos da deputada enquanto mulher. “Considerando o local onde o representado originalmente estava e a multidão que se encontrava no recinto, não havia outra prova de se aproximar da deputada Júlia”, disse.
O deputado Delegado Ramagem (PL-RJ) pediu vista e considera inadmissível a negativa de admissibilidade do processo. A vista foi concedida pelo presidente do conselho, deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA), por dois dias úteis.
A deputada Júlia Zanatta considera o relatório um desrespeito às mulheres e disse que a defesa das mulheres na Casa tem que ser suprapartidária. “Nenhum homem tem o direito de se aproximar de uma mulher daquela forma. Este cara que está aqui atrás nunca veio me procurar para pedir desculpas. Pelo contrário, saiu dando entrevista me acusando, dizendo que eu era propagadora de fake news. Só faltou dizer que eu dei ré e me esfreguei nele”, afirmou.
“Engraçado que tinha vários homens em meio àquela multidão, mas ele encostou e fungou no cangote de uma deputada mulher, que estava falando com outra deputada. Quem ele pensa que é para se intrometer numa conversa de duas deputadas?”, acrescentou

Defesa
O deputado Márcio Jerry refutou as acusações. “Nada aqui se sustenta. As imagens em profusão com vídeo e áudio mostram que não houve da minha parte nenhuma atividade que caracterizasse assédio, como a própria deputada garantiu em entrevista à Jovem Pan”, afirmou. “Em meio àquele tumulto que naquele dia se formou, e nós aglomerados em um corredor como este aqui, muitos falando, gesticulando uns com os outros, eu disse à deputada ao me aproximar dela, no único local em que poderia se aproximar: ‘deputada, respeite 40 anos de mandato’, aludindo à deputada Lídice da Mata. A deputada então virou-se para mim e disse: ‘eu só quero que ela pare de gritar’ e encerrou aí”, afirmou.
Conforme ele, a deputada Julia Zanatta não manifestou incômodo nenhum no momento, e por isso não houve pedido de desculpas da parte dele. Ele alega que a imagem capturada está descontextualizada e disse que não projetou o corpo ou cheirou o pescoço da deputada, conforme consta na representação.
Arquivamento de processos
Ao todo, estavam na pauta pareceres preliminares referentes a dez processos em análise no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar – além da representação contra Carla Zambelli (PL-SP) e Márcio Jerry, as representações contra Nikolas Ferreira (PL-MG), José Medeiros (PL-MT), Juliana Cardoso (PT-SP), Talíria Petrone (Psol-RJ) – duas representações, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Célia Xakriabá (Psol-MG) e Fernanda Melchionna (Psol-RS).
O deputado Rafael Simões (União-MG) defendeu o arquivamento dos dez processos e acordo entre os parlamentares de todos os partidos em prol de um comportamento mais ético e com mais decoro na Casa. O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) argumentou que isso não poderia ser feito durante a reunião, já que qualquer acordo precisaria ser previamente discutido pelos partidos.
O deputado Domingos Sávio pediu vista de todos os processos para que houvesse tempo para o diálogo entre os partidos. O presidente do conselho informou que regimentalmente não havia possibilidade de vista conjunta de todos os processos e era preciso dar seguimento a cada uma das representações separadamente.
Reportagem – Lara Haje
Edição – Geórgia Moraes
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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