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Relatora da CPMI classifica depoimento de hacker como bombástico

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A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), classificou o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto nesta quinta-feira (17) como “bombástico”, com informações “absolutamente” sérias. “São informações sobre o ponto central da CPMI, que é exatamente o questionamento do processo eleitoral, a tentativa de emplacar a vulnerabilidade, e a busca de pessoas que já tinham histórico de invasão para que legitimassem claramente uma narrativa que é incompatível com a segurança eleitoral”, disse.

Eliziane Gama adiantou que pedirá a quebra do sigilo telemático de pessoas que participaram das reuniões relatadas por Delgatti.

O deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos parlamentares que solicitou a oitiva do hacker, considerou o depoimento “gravíssimo” ao mostrar que o então presidente da República pediu ao hacker para invadir as urnas e fazer propaganda eleitoral fake, para promover convulsão social. “Veja os crimes que o ex-presidente da República teria cometido para tentar condições impróprias de votação e até anular o processo eleitoral”, disse.

Walter Delgatti acrescentou que, no depoimento na Polícia Federal, teve acesso à oitiva do motorista e outras pessoas, que confirmaram o encontro no posto e tudo que ele disse na CMPI. 

O deputado Duarte Jr. (PSB-MA), também autor do pedido para o depoimento, afirmou que vai solicitar a convocação do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira para esclarecer os fatos e as acusações. Duarte defende ainda uma acareação entre as partes.

“Depois do depoimento não precisamos de mais nada para deixar claro quem é o mandante do golpe neste País”, opinou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). “O presidente da República quer contratar um hacker para simular uma fraude na urna eletrônica e envolve, pasmem, o Ministério da Defesa, e o comandante do Exército”, completou. “Isso era uma quadrilha que estava no Palácio do Planalto, com a assessoria da deputada Carla Zambelli (PL-SP)”, acrescentou.

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O deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) disse que hoje era um dia histórico para CPMI por apontar o envolvimento claro do ex-presidente Bolsonaro nos fatos investigados pela comissão.

Respondendo a Vieira, Delgatti confirmou que Carla Zambelli atuava como mediadora entre ele e Bolsonaro; que quem pediu para ele fraudar a urna eletrônica foi Zambelli, por ordem de Bolsonaro; que quem pediu para ele assumir o grampo contra Alexandre de Moraes foi o ex-presidente da República; e que quem pediu para fazer propaganda eleitoral para sugerir ao povo uma suposta fraude no sistema eleitoral foram o marqueteiro Duda Lima e Bolsonaro.

Em resposta ao deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), o depoente disse temer pela própria vida. Delgatti falou que ainda não recebeu ameaça de morte, mas seu advogado sim. O parlamentar adiantou ainda que vai pedir imagens das câmeras da reunião do hacker com o ex-presidente para mostrar todos os envolvidos.

Já o senador Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou que pedirá ao Ministério da Justiça proteção à vida de Delgatti Neto.

Credibilidade da testemunha
O senador Sérgio Moro (União-PA), por sua vez, chamou a atenção para a ficha criminal extensa do depoente, envolvido especialmente em ações por estelionato, e disse que a palavra de um criminoso não pode ser ouvida como verdade absoluta.

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Segundo o parlamentar, são ao todo Delgatti responde a 46 processos. O hacker se defendeu dizendo que foi vítima de perseguição judicial em Araraquara (SP), “comparável à perseguição feita por Moro em relação ao ex-presidente Lula”.

“Eu li as conversas de Vossa Excelência, li a parte privada, e posso dizer que o senhor é um criminoso contumaz, cometeu diversas irregularidades e crimes”, afirmou o hacker, sendo, em seguida, advertido pelo presidente da reunião.

Moro também lembrou que Delgatti invadiu dispositivos de 176 pessoas, incluindo várias autoridades. O hacker admitiu as invasões. “Inclusive cheguei às conversas do senhor com o então procurador Deltan Dallagnol e essas conversas foram chanceladas pelo STF e são utilizadas até hoje para anular condenações de pessoas inocentes”, rebateu Delgatti.

O presidente da CPMI, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), perguntou a opinião do hacker sobre como poderia ser garantida a segurança das eleições. Walter Delgatti respondeu que, na visão dele, seria imprimindo o voto.

Já o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) quis saber se o hacker conseguiu invadir urnas eletrônicas. “Não consegui, porque o código fonte das urnas fica numa sala cofre sem acesso à internet”, respondeu. O parlamentar questionou então se o sistema eleitoral seria confiável e o depoente respondeu que sim. 

Diversos parlamentares da oposição pediram o adiamento da inscrição para questionar o depoente. A reunião foi suspensa para o almoço e deve ser retomada em seguida.

Reportagem – Lara Haje
Edição – Natalia Doederlein

Fonte: Câmara dos Deputados

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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