POLITÍCA NACIONAL
Setor de turismo pede continuidade da isenção de visto para alguns países
POLITÍCA NACIONAL
Representante do Ministério das Relações Exteriores afirmou em audiência pública na Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados que o Brasil vai adotar o princípio da reciprocidade na exigência de visto e argumentou que a isenção do documento não aumentou o turismo no Brasil. Ouvido nesta quarta-feira (12) pelos deputados, o embaixador Leonardo Luís Fernandes ressaltou ainda que o decreto que suspendeu a necessidade de visto era temporário.
A partir de outubro, o Brasil voltará a seguir o princípio da reciprocidade, ou seja, isentará de visto apenas os países que também não exigirem o visto dos brasileiros.
Fernandes afirmou que a isenção de visto não gerou aumento significativo nas viagens de turismo. O acréscimo, segundo ele, foi de apenas 4%. “Os turistas desses países estão acostumados a viajar para países e destinos com visto. Se o visto fosse um impeditivo intransponível, não haveria explicação do porquê a China recebe quase 6 vezes mais turistas do que o Brasil. Uma viagem para o Brasil é mais curta, mais rápida e mais barata”, comparou.
O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas, Eduardo Sanovicz, no entanto, argumentou que, por conta da pandemia de Covid-19, não foi possível analisar o impacto real da isenção dos vistos na indústria do turismo. Mesmo assim, ele ressaltou que os dados entre julho de 2019 e fevereiro de 2020 mostram bons resultados.
“Neste curto período, o Brasil recebeu 80 mil passageiros a mais do que no mesmo período do ano anterior, vindos desses países. O ingresso de recursos chegou a R$ 328 milhões, espalhados por praticamente todos os estados brasileiros”, disse Sanovicz.
Visto eletrônico
O embaixador Leonardo Luís Fernandes disse que o Brasil facilitará a obtenção do visto. “Nacionais desses países não serão submetidos às mesmas exigências a que brasileiros são submetidos”, disse Fernandes, adiantando que o Itamaraty voltará a adotar a expedição de vistos eletrônicos (que vigorava até a isenção temporária). Esse processo é feito 100% de maneira remota, pela internet ou pelo telefone.
Mas, para o deputado Bibo Nunes (PL-RS), que pediu a realização do debate, é necessário que o estímulo ao turismo vá além da facilitação do visto. “Quando se fala que pessoas ficam horas na fila esperando por um visto, é que vale a pena ir para aquele país, porque tem segurança, atrativo, infraestrutura. Ao passo que, se eu não tiver nada a oferecer, não adianta dizer tá aqui toda a facilidade, mas não tem o que oferecer”, comparou.
Cruzeiros
As associações de cruzeiros e de secretários municipais de turismo defenderam a manutenção da isenção dos vistos.
O presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos, Marco Ferraz, também demonstrou preocupação com os custos do processo e sugeriu que turistas e tripulantes de cruzeiros que viajam a trabalho paguem um valor reduzido. Ferraz reclamou ainda da burocracia para tirar o visto para tripulantes estrangeiros e pediu que eles sejam incluídos entre os turistas que podem tirar o visto eletrônico.
Já o presidente da Associação Nacional de Secretários e Dirigentes Municipais de Turismo, Alexandre Pereira, considerou a decisão do Itamaraty um contrassenso político. O fim da isenção, segundo ele, vai na contramão do que o presidente Lula tem feito para tentar reinserir o Brasil no cenário mundial, como a viagem que ele está fazendo à China nestes dias.
“Em vez de tomarmos a decisão de rever os vistos, nós tínhamos que montar uma estratégia com a Embratur para esses quatro países [Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão]”, sugeriu Pereira.
Reportagem – Amanda Aragão
Edição – Natalia Doederlein
Fonte: Câmara dos Deputados
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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