POLITÍCA NACIONAL
Só 30% das secretarias de Educação exigem curso de gestão escolar para diretores, diz estudo
POLITÍCA NACIONAL
Apenas 30% das secretarias de Educação de estados e municípios exigem curso de gestão escolar para o cargo de diretor. A informação é de estudo da associação civil sem fins lucrativos Dados para um Debate Democrático na Educação. Os dados foram apresentados em debate da Comissão de Educação da Câmara nesta quinta-feira (30).
A mesma pesquisa mostra que ainda existe no Brasil grande heterogeneidade entre municípios e estados em relação às formas de seleção e de formação de diretores. Na maioria dos estados, há mais de uma modalidade compondo a forma de seleção principal, sendo as modalidades mais frequentes: eleição (56%), indicação (48%), plano de gestão (33%) e certificação (30%).
Segundo o diretor executivo da associação Dados para um Debate Democrático na Educação, Antonio Bresolin, os diretores representam o segundo fator que mais impacta na qualidade da educação, atrás apenas dos professores. Os gestores escolares interferem no bom clima escolar e na promoção de um ambiente de aprendizado e formação constante.
Professora da Fundação Getúlio Vargas e uma das autoras do estudo, Lara Simielli citou dados do Censo Escolar e do Saeb que apontam que 88% dos diretores de escolas públicas têm ensino superior. Mas, no Nordeste, 1 em cada 5 tem apenas o ensino médio e 9 entre 10 não têm formação em gestão escolar.
“A maioria das secretarias oferece formação continuada, mas a maioria ainda está relacionada a um aspecto pedagógico e isso feito por meio de aulas expositivas, tem muito pouco uso de aulas práticas, para formação desses diretores”, lamentou Simielli.

Indicação política
A audiência pública, pedida pelo deputado Idilvan Alencar (PDT-CE), foi motivada por uma seleção de gestores que ocorreu em seu estado. O deputado foi procurado por diretores que estavam preocupados com a qualidade da formação oferecida na seleção, com questões de múltipla escolha fora da realidade do cotidiano de um diretor.
Segundo o deputado, os locais que possuem indicação como única modalidade não exigem curso de gestão como pré-requisito no processo seletivo. “Diretor que não é escolhido por mérito, por competência, fica à mercê do ditame de um determinado político. As pessoas não respeitam diretor que não tem competência, e aí começam a vir resultados desastrosos”, afirmou.
O deputado é relator do Projeto de Lei 8011/10, sobre seleção e indicação de diretores de escolas públicas. A proposta é analisada na Comissão de Educação.
Representatividade
Professora de pedagogia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Ana Cristina de Oliveira ressalta a importância de processos seletivos que comprovem liderança e competência técnica das equipes. “Existe uma correlação muito importante e significativa entre a representatividade ou o reconhecimento do trabalho de liderança da equipe de gestão escolar eleita ou que passou por um processo seletivo que envolve a comprovação da sua competência técnica para atuar naquele cargo em comparação àquela que foi indicada politicamente”, ressaltou.
O Plano Nacional de Educação (2014-2024) estipula que a seleção de diretores seja realizada por meio de critérios técnicos combinados à consulta à comunidade escolar. Na mesma linha, o novo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) inseriu a adoção de critérios técnicos na seleção dos diretores como um dos requisitos para a distribuição dos recursos.
Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Geórgia Moraes
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
-
Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
-
Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
-
Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
-
Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
-
Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
-
Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
-
Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
-
Perda de mercado para concorrentes de outros países.
-
Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
-
Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
-
Carnes bovina, suína e de frango
-
Café
-
Suco de laranja
-
Soja e derivados
-
Minério de ferro e aço
-
Aeronaves e peças da Embraer
-
Cosméticos e produtos farmacêuticos
-
Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
-
MATO GROSSO4 dias atrás
CONCEEL-EMT reforça orientações sobre a nova identificação das Unidades Consumidoras
-
MATO GROSSO3 dias atrás
Utilização de veículos como pagamento de imóveis se torna opção de mercado em Cuiabá
-
MATO GROSSO1 dia atrás
Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso
-
GERAL4 dias atrás
TNT Energy Drink acelera a expansão no universo do basquete com embalagens exclusivas temáticas da NBA no Brasil
-
ARTIGOS1 dia atrás
Tecnologia, ciência e humanização: o tripé da medicina do futuro
-
ARTIGOS1 dia atrás
Especialista em diagnóstico por imagem explica como a biópsia guiada contribui para o tratamento precoce do câncer de mama