POLITÍCA NACIONAL
Sociedade civil defende criação do Dia Nacional em Memória das Vítimas da Covid-19
POLITÍCA NACIONAL

A Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados realizou audiência pública nesta quarta-feira (29) sobre a inclusão, no calendário brasileiro, do Dia Nacional em Memória das Vítimas da Covid-19, a ser lembrado em 12 de março.
A audiência reuniu associações de vítimas da Covid-19 que realizam trabalhos e implementam ações de apoio e de reparação dos danos e prejuízos causados pela doença. Além das sequelas que prejudicam a saúde de muitos acometidos, a Covid deixou milhares de crianças órfãs e muitas famílias de luto por todo o País.
A representante de “vítimas da Prevent Senior”, Dione Michels Sá de Souza, perdeu o filho Joaquim, de 29 anos. Ele era piloto de avião e trabalhava no transporte de pacientes da Covid-19 quando foi contaminado. Foi internado num hospital da Prevent, onde veio a falecer.
“Eu tinha um filho maravilhoso, o melhor filho do mundo, que partiu assim desse jeito. Uma negligência, uma imperícia. Lá eles fizeram uso de remédio metotrexato, para câncer de próstata, que não tem comprovação nenhuma. No prontuário do meu filho, eles estavam administrando ivermectina na UTI”, lamentou.
A Prevent Senior foi acusada de usar medicamentos ineficazes, de omissão de socorro e de realizar pesquisas em seres humanos sem autorização. O relatório final de uma CPI da Câmara Municipal de São Paulo pediu o indiciamento de 20 pessoas. Mas um inquérito da Polícia Civil do estado concluiu que a operadora não cometeu nenhum ato ilícito.
Atuação do governo
Renato Simões, representante da Associação Nacional em Apoio e Defesa dos Direitos das Vítimas da Covid-19 “Vida e Justiça”, defendeu que o dia nacional deve ser instituído para que o Brasil não se esqueça de como o governo brasileiro lidou com a doença no País.
“O povo brasileiro não pode esquecer que mais de 670 mil pessoas perderam suas vidas pela omissão ou pela ação deliberada do estado brasileiro em se associar ao vírus que deveria combater, na busca da comprovação de uma tese absolutamente anticientífica”, criticou.
Para a representante da Associação Vida e Justiça do DF Isabel Gomes, o Dia Nacional em Memória das Vítimas da Covid-19 vai ser importante para evitar que a história possa se repetir no futuro. “É importante que as pessoas tenham essa consciência e que nós possamos aproveitar esse dia para, permanentemente, ser um constante alerta. Para que nenhum outro governo se atreva a tratar desse assunto como dessa vez foi tratado, para que nós não percamos vidas.”
O deputado Pedro Uczai (PT-SC) que pediu o debate, exaltou a atuação das associações para que o País possa superar a tragédia. Ele destacou a importância de se “discutir a memória, os diretos, o apoio, a solidariedade humana, e os crimes cometido nesse período de pandemia”.
Ao final da audiência, Pedro Uczai afirmou que vai mobilizar outros deputados para conseguir as 170 assinaturas necessárias para incluir que a criação da data possa ser analisada na pauta do Plenário, em regime de urgência.
Reportagem – Silvério Rios
Edição – Rachel Librelon
Fonte: Câmara dos Deputados Federais


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
-
Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
-
Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
-
Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
-
Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
-
Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
-
Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
-
Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
-
Perda de mercado para concorrentes de outros países.
-
Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
-
Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
-
Carnes bovina, suína e de frango
-
Café
-
Suco de laranja
-
Soja e derivados
-
Minério de ferro e aço
-
Aeronaves e peças da Embraer
-
Cosméticos e produtos farmacêuticos
-
Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
-
MATO GROSSO1 dia atrás
TJMT de uma só vez blinda Grupo Safras, anula venda de ações para fundo e determina perícia para processar recuperação judicial
-
MATO GROSSO2 dias atrás
AACCMT lança campanha de arrecadação de brinquedos para o Dia das Crianças
-
MATO GROSSO1 dia atrás
Audiência pública em Itanhangá discute qualidade dos serviços de energia elétrica no município