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Violência contra a mulher tem recorte de cor e renda, alertam ativistas

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A dependência econômica das mulheres é uma das principais causas da manutenção dos ciclos de violência doméstica e sexual. O alerta foi dado por Raquel Marques, diretora-presidente da ONG Artemis, que luta por políticas de proteção às mulheres vítimas da violência.

Ela sugeriu, durante audiência da comissão externa da Câmara que debate a violência conta a mulher, que os recursos do Benefício de Prestação Continuada (BPC) prevista na Lei Orgânica da Assistência Social possam ser utilizados para atender mulheres vítimas de violência e seus filhos.

Elaine Menke/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Tema: Violência doméstica e sexual. Raquel Marques - Diretora-Presidente da OnG Artemis
Raquel Marques: recursos do BPC poderiam ser usados para atender vítimas

Em relação aos custos, Raquel Marques destacou que preservar a vida e sanidade emocional dessas mulheres e crianças vai resultar em uma desoneração, no futuro, dos serviços de assistência social e de saúde.

“Se pensarmos na alternativa, que seria crianças irem para um abrigo ou para a Fundação Casa depois de terem passado por lares violentos, desestruturados, enfim, coisas muito extremas, esse assunto fica completamente pacificado. Uma criança em um orfanato, um abrigo público, custa de R$ 1.000 a R$ 5.000”, afirma.

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Dentro de casa
Já a representante do Fórum Brasileiro de Segurança, Juliana Martins, destacou que 81% dos feminicídios são praticados por companheiros ou ex-companheiros, e que durante a pandemia o 190, número de chamada de emergência da polícia, recebeu um chamado de violência doméstica por minuto.

Juliana Martins disse ainda que é preciso desmistificar e discutir a questão do estupro que ocorre, em sua maioria, dentro de casa e tem uma grande subnotificação.

“A violência sexual é subnotificada especialmente por conta do medo, sentimento de culpa e vergonha. Às vezes as vítimas são desestimuladas pelas autoridades e desencorajadas as prosseguirem com as denúncias. A violência está no meio de nós, a gente precisa olhar para essa violência que acontece dentro de casa”.

Falta de equipamentos de atendimento
A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) afirmou que a falta de equipamentos de atendimento próximos às mulheres, principalmente na periferia das cidades, faz com que a aplicação da Lei Maria da Penha não seja completa.

“É onde a gente exclui principalmente mulheres negras, mulheres periféricas, mais vulneráveis. Uma das iniciativas da bancada feminina neste ano foi justamente aprovar um projeto, que eu tive a honra de relatar e que já virou lei, que destina um percentual mínimo do Fundo de Segurança Pública para políticas de combate à violência contra a mulher”, disse.

Elaine Menke/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Tema: Violência doméstica e sexual. Dep. Tabata Amaral PSB-SP
Tabata: falta atendimento nas periferias

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A coordenadora do Observatório da Saúde da População Negra da Universidade de Brasília, Marjorie Nogueira, destacou que o racismo institucional é um dos entraves para que mulheres negras tenham acesso a seus direitos, apesar dos dispositivos legais vigentes no país.

“Muitas vezes, uma mulher negra é desqualificada no momento da denúncia e não é considerada ali a sua fala, o seu depoimento. Ela é revitimizada naquele espaço de denúncia e isso dificulta que ela acesse determinados serviços previstos na Lei Maria da Penha”, apontou.

Marjorie Nogueira também defende a adoção de públicas sociais que garantam a autonomia econômica para que mulheres em situação de violência possam se libertar da dependência de seus agressores.

Reportagem – Karla Alessandra
Edição – Ana Chalub

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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