JURÍDICO
CNMP arquiva reclamação de prefeito afastado contra procurador
JURÍDICO
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) arquivou, liminarmente, no último dia 10 de outubro, a Reclamação Disciplinar feita pelo prefeito afastado de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), contra o procurador de Justiça Domingos Sávio de Barros Arruda, coordenador do Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO) do Ministério Público de Mato Grosso.
A decisão foi proferida, monocraticamente, pelo corregedor nacional do Ministério Público, Rinaldo Reis Lima, por entender que “a conduta imputada à parte reclamada {Domingos Sávio} não caracteriza falta disciplinar, tampouco ilícito criminal”.
Emanuel Pinheiro havia solicitado ao CNMP que fosse instaurado Procedimento Administrativo Disciplinar contra o procurador de Justiça a fim de apurar suposta falta disciplinar decorrente de uma enquete que Domingos Sávio fez no Instagram, no dia em que ocorreu o segundo turno das eleições municipais do ano passado.
Ele indagou aos seus seguidores: “Neste calor…vc vota com paletó ou com camiseta?” Com a decisão do corregedor nacional do Ministério Público, nenhum procedimento disciplinar foi instaurado contra o procurador.
Essa é a terceira tentativa infrutífera de Emanuel Pinheiro de responsabilizar o procurador de Justiça por conta da referida enquete. Anteriormente, ele ingressou com uma queixa-crime contra Domingos Sávio perante o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), alegando suposto “crime de injúria”.
A queixa-crime foi arquivada, liminarmente, pelo desembargador Sebastião de Moraes Filho, que não vislumbrou nenhuma prática criminosa. Pinheiro recorreu dessa decisão ao Órgão Especial do TJMT, cujos membros, por unanimidade, negaram provimento ao recurso, mantendo a decisão de Sebastião de Moraes.
Nesse aspecto, o procurador de Justiça fez referência às “seguidas manifestações no sentido de se arquivar Notícias de Fato e Inquéritos Policiais” nos quais Emanuel Pinheiro figurava como “acusado”/investigado”.
FONTE: Redação Midianews
JURÍDICO
CNJ identifica ‘esquema organizado de venda de decisões’ envolvendo desembargador e Zampieri
A decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão responsável por administrar e fiscalizar o Poder Judiciário, recebeu o desembargador Sebastião de Moraes Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, levantando suspeitas de venda de decisões judiciais e pagamentos realizados via PIX e até em barras de ouro. Sebastião de Moraes Filho foi afastado de suas funções em agosto enquanto o CNJ investiga a possibilidade de ele ter recebido propinas em troca de decisões.
O caso também é alvo de um inquérito criminal e foi considerado de tal gravidade que o ministro Luís Felipe Salomão, então corregedor do CNJ, levou a questão ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do conselho, para uma solução em conjunto. “Evidenciam-se elementos suficientes para recomendar o afastamento do magistrado, na medida em que não é possível que o desembargador permaneça em atuação em unidade tão sensível, como é um gabinete de segundo grau de câmara de direito privado”, diz um trecho da decisão , referendada pelo plenário do CNJ.
Conversas obtidas no celular do advogado Roberto Zampieri, que foi assassinado em dezembro de 2023, na porta de seu escritório em Cuiabá, colocaram o desembargador na mira do CNJ. Ao todo, eles trocaram 768 mensagens entre 14 de junho de 2023 e 5 de dezembro de 2023, revelando uma relação próxima, com trocas sobre futebol e viagens, além de livre acesso ao gabinete do desembargador.
As mensagens também indicam a influência do advogado no trabalho do magistrado e o pagamento de propinas para decisões desenvolvidas aos clientes de Zampieri. Em uma das conversas, o advogado afirma que “o Pix está errado, estornou o valor”. “Tente mandar o Pix correto que faço agora”, acrescenta.
Cinco dias depois, informa que “o pagamento da sobrinha foi feito”, anexa um comprovante de transferência de R$ 10 mil e solicita o adiamento de um julgamento. Em outubro, Zampieri menciona ter alcançado “um contrato muito bom para o Mauro” e continua: “O senhor vai ficar feliz com o contrato que consegui para ele”. Mauro, segunda suspeita do CNJ, é o advogado Mauro Thadeu Prado de Moraes, filho do desembargador. Em outra mensagem, o advogado envia ao magistrado uma imagem de duas barras de ouro, de 400 gramas, que foram usadas como pagamento de propinas.