MATO GROSSO
Caso Isadora: Justiça nega prisão de pai que não devolve filha para mãe
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O Ministério Público de Mato Grosso pediu, na quarta-feira (27), a prisão preventiva de João Vitor Almeida Praeiro Alves, pai de Isadora Praeiro Pedroso Ardevino, de 8 anos, que está com ele há mais de 100 dias em Bauru (SP), quando foi passar as férias. No entanto, o pedido foi negado pela juíza Ana Graziela Vaz, da 2ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá.
A promotora de Justiça Gilease Pereira Souza Maia cita que mesmo com as medidas protetivas que a mãe tem contra o pai, ele pratica violência psicológica usando a filha do casal com o objetivo de desestabilizar psicologicamente a mãe dela, a enfermeira Marina Pedroso Ardevino.
Além disso, Gilease também pediu extensão da medida protetiva para Isadora não ter contato com o pai.
Após análise, a juíza negou a extensão da medida protetiva para Isadora e o pedido de prisão do pai. A magistrada citou que não há justificativa de que José Vitor descumpriu a medida protetiva contra a mãe.
“No que se refere à decretação da prisão preventiva do Requerido, verifico que não houve de fato o descumprimento das medidas protetivas deferidas em das quais o suposto agressor foi devidamente intimado. Não há qualquer indício de que o Requerido tenha se aproximado da vítima, tenha mantido contato com a mesma ou frequentado locais em comum, inexistindo justificativa para decretação da prisão preventiva por descumprimento das medidas protetivas”, diz trecho da decisão.
A juíza afirma ainda que há o descumprimento da entrega da criança para a mãe no período de férias.
“O que há, de fato, é descumprimento de ordem judicial, exarada pelo Juízo da 5ª Vara de Família e Sucessões desta Comarca, quanto à entrega da criança, e a impossibilidade de cumprir os mandados de busca e apreensão da infante, o que levou a vítima, a tentar, por meio de decisão deste Juízo, a efetividade da decisão”.
FONTE: G1MT
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Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso
Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).
O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior - índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).
A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.
No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.
A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.
Dificuldades
As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.
As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).
Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.
Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.
“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.
Dados da pesquisa
O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.