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Chuvas não comprometem operação de usinas em Angra, diz Eletronuclear
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A Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras responsável pela operação das usinas em Angra dos Reis (RJ), mantém suas operações normalmente após as fortes chuvas que caíram sobre a região da Costa Verde, no estado Rio de Janeiro. Segundo nota divulgada nesta tarde (3), não há comprometimento do plano de emergência externo, documento que fixa os procedimentos de evacuação em caso de necessidade.
Na hipótese de um acidente nuclear, todos os moradores em um raio de 5 km das usinas precisariam deixar suas casas. O plano de emergência externo prevê que eles sejam levados para abrigos situados a, pelo menos, 15 km de distância.
Para a Eletronuclear, não há riscos. Segundo o órgão, as usinas Angra 1 e Angra 2 estão funcionando normalmente em sua plena capacidade e, mesmo que houvesse um acidente considerado improvável, o plano de emergência externo poderia ser implementado integralmente.
A preocupação em torno da viabilidade de se fazer uma eventual evacuação de moradores foi manifestada mais cedo pelo prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão. Pelas redes sociais, ele informou que solicitaria ao governo federal o desligamento temporário das usinas nucleares, uma vez que havia diversas obstruções na rodovia federal BR-101, em decorrência do temporal. “Estamos ilhados! Em caso de necessidade, não teremos como colocar em prática o plano de emergência”, explicou.
Chuvas causam mortes
As chuvas que atingiram o estado do Rio de Janeiro desde a noite de sexta-feira (1º) deixaram ao menos 15 mortos. Os bombeiros ainda buscam desaparecidos. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de mais chuva até amanhã pela manhã (4).
Só em Angra dos Reis, já foram confirmados oito óbitos e outros seis foram registrados em Paraty. Ambas as cidades se situam na Costa Verde, região litorânea do sul do estado, onde foi sentido o maior impacto das chuvas das últimas horas.
A BR-101, rodovia que dá acesso a esses municípios, foi bastante afetada. Segundo informou no início da tarde a Defesa Civil Nacional, há 23 pontos interditados devido a quedas de árvores e deslizamentos de terra. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) alerta que há muita instabilidade entre Mangaratiba (RJ) e Ubatuba (SP). “A orientação é de não acessar mais a rodovia, pois o trecho só chegará perto de ser normalizado dentro de alguns dias”, alertou o órgão em suas redes sociais.
A Eletronuclear, no entanto, assegura que as obstruções verificadas na BR-101 estão fora das zonas de planejamento de emergência previstas no plano de emergência externo. Na nota divulgada, o órgão também diz que os abrigos preparados para receber moradores em um eventual acidente não sofreram impactos com o temporal. “A ação poderia ser realizada com total eficácia”, acrescenta o texto.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), órgão regulador e fiscalizador do setor nuclear brasileiro, também emitiu uma nota avaliando a questão. “Apesar da situação decorrente das condições meteorológicas na região de Angra dos Reis, até o presente momento não há comprometimento das vias de acesso do entorno da central que pudessem impactar na execução do plano de emergência”, diz o texto.
Edição: Kleber Sampaio


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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