POLITÍCA NACIONAL
Plano de Expansão da Radioterapia deve ser concluído em 2023, diz Ministério da Saúde
POLITÍCA NACIONAL

Representantes do Ministério da Saúde apresentaram nesta terça-feira (19), na Câmara dos Deputados, um relatório sobre a ampliação dos serviços de radioterapia no País. Segundo o documento, das 92 estruturas previstas em 2013 no Plano de Expansão da Radioterapia (Persus), 52 delas já estão concluídas, das quais 45 com licença de operação. O plano envolve ampliações e construções de estruturas, e instalações e trocas de aceleradores lineares, equipamento usado no tratamento.
A secretária de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Maira Batista Botelho, relatou ainda que existem 4 projetos em execução, 9 obras paralisadas, 16 projetos em licitação, 7 em análise e 4 equipamentos previstos em termos aditivos. O coordenador-Geral de Planejamento e Orçamento da pasta, Thiago Santos, ressaltou que, desde 2013, foram entregues 10 máquinas por ano, e que o plano deve ser finalizado em 2023.
As informações foram apresentadas à comissão especial da Câmara que acompanha as ações de combate ao câncer no Brasil. Vice-presidente da comissão, a deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC) comemorou a redução da distância entre pacientes e serviços de radioterapia, que, em média, é de 72 quilômetros, podendo chegar a 1.600 quilômetros em localidades de Roraima, por exemplo.
“A gente tem que reconhecer que é uma política que foi implantada, que teve continuidade, que vai ter o seu término e que já tem desenhado as novas demandas”, disse.
Zanotto, no entanto, destacou que mesmo com a ampliação dos serviços ainda há muitos desafios a serem vencidos.
“Vamos precisar avaliar onde está o problema. Se nós temos o acelerador, se temos habilitação para cirurgia e para quimioterapia, precisamos garantir recursos no pacote para ressonância, tomografia, para biópsia guiada, porque senão alegam que não fazem o procedimento porque a guia custa mais caro do que o procedimento”, concluiu.

Filas de espera
Relatora da comissão especial, a deputada Silvia Cristina (PL-RO) também celebrou a ampliação dos serviços de radioterapia, mas pontuou que a oferta ainda é desigual no território nacional, com filas de espera ainda nas regiões Norte e Nordeste.
“Em 2006, quando eu tive câncer, tínhamos apenas uma máquina de cobalto em Roraima. Mas, em fevereiro deste ano, fomos agraciados com uma máquina atualizada que tem dado bons resultados e salvado vidas”, disse a deputada.
Presidente do Conselho Superior da Sociedade Brasileira de Radioterapia, Arthur Rosa informou que o País tratou 231 mil pacientes com radioterapia em 2019, em média, 566 por máquina. Ainda segundo ele, apenas 130 cidades contam com serviços de radioterapia no Brasil e chamou atenção para a necessidade de substituir cerca de 100 equipamentos que já têm mais de 15 anos de uso.
Rodrigo Lacerda, assessor técnico do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), destacou que o plano de ampliação da radioterapia é uma conquista importante, mas acrescentou que o tratamento da doença também passa pela ampliação de consultas e exames de rotina a fim de evitar que os pacientes sejam diagnósticos já em estágio avançado da doença.
Reportagem – Murilo Souza
Edição – Roberto Seabra


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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