Search
Close this search box.
CUIABÁ

BRASIL

Tinta impede propagação do fogo em superfícies de madeira

Publicados

BRASIL

Um tipo de tinta que impede a propagação do fogo em superfícies e construções de madeira é o novo produto nanotecnológico desenvolvido pela empresa Galembetech, fundada pelo pesquisador Fernando Galembeck, professor aposentado da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Inovador, o produtor usa fibras de celulose para “desmontar” cristais de grafite. Quando a tinta é aplicada na superfície e seca, os cristais de grafite se reorganizam e formam um revestimento que tem condutividade térmica e elétrica resistente à chama.

“A tinta foi criada para ser usada na proteção de materiais contra chamas. E a primeira versão dela é especialmente adequada para madeira e derivados da madeira, como MDF e compensado. Ela é baseada em celulose e grafite. O objetivo do trabalho, de fato, era fazer uma tinta que pudesse ser aplicada em uma superfície e a tornasse condutora de eletricidade”, disse Galembeck, em entrevista à Agência Brasil.

A tinta é aquosa, como se fosse uma tinta látex, de parede, e pode adquirir diversas cores. Como o processo de produção é diferente, o custo também é menor do que o das tintas antichamas que existem no mercado. “Tudo foi feito para evitar custos muito altos. Existem tintas retardantes de chamas no mercado, mas são caríssimas. Estão fora do alcance das pessoas. Fizemos as coisas para ter uma tinta que pudesse dar lucro para o fabricante, mas ainda ficasse em preço bem inferior ao que existe no mercado. A ideia realmente é dar uma aplicação ampla”, afirmou Galembeck.

Leia Também:  Brasil lança lista de objetos culturais com risco de serem traficados

“No caso da nossa tinta, uma característica importante é que ela tem capacidade de transmitir calor com muita eficiência. Por que isso é importante? Quando a chama entra em contato com a madeira, ela primeiro aquece a madeira, e aí a madeira aquecida pega fogo. Essa tinta evita que a madeira aqueça tanto, pois o calor da chama incidindo sobre a tinta é dispersado, transmitido para fora da região do fogo. Nenhuma tinta protetora hoje funciona assim”, explicou o professor.

Segundo Galembeck, essa propriedade da tinta poderia, por exemplo, ajudar a evitar incêndios em patrimônios públicos tais como os que ocorreram na Catedral de Notre-Dame, em Paris, e no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. E poderia ser usada também para evitar incêndios em comunidades.

“A maneira como as substâncias químicas estão arranjadas na tinta é única. Isso é o que chamamos de uma tinta nanoestruturada, que é uma coisa de nanotecnologia. Elas se organizam de uma forma que dá essa propriedade, de conduzir calor”, explicou.

O novo produto já está sendo apresentado ao mercado. Galembetech ainda não produz para o mercado de varejo, mas tem desenvolvido o trabalho com fabricantes de produtos de madeira e de material têxtil para uso industrial, como revestimento de carros. De acordo com o pesquisador, a empresa já tem, inclusive, um laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) atestando que a tinta tem um nível alto de eficiência contra chamas, estabelecido em uma classificação técnica.

Leia Também:  Feriado aumenta movimento em rodovias e aeroportos paulista

“Tenho capacidade hoje de entregar, em escala pequena, quareo toneladas por mês, mas tenho parceiros que têm instalação de fábrica de tinta, fábrica industrial, com capacidade ociosa. Tendo uma demanda maior [pelo produto], eu rapidamente, em até três semanas, consigo passar de quatro toneladas para pelo menos 40 toneladas por mês”, informou Galembeck.

A tinta foi desenvolvida para ser aplicada em superfícies de madeira, porém, já está em estudo a aplicação em outros tipos de material. “Já fizemos testes de laboratório com cimento, cerâmica, alvenaria, tijolo, vidro, alguns metais, plásticos. Como qualquer tinta, cada material precisa de uma adaptação.”

O novo produto foi desenvolvido com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe). “A tinta é simples, usa poucos recursos e a ideia é torná-la acessível para muita gente”, concluiu o professor.

Edição: Nádia Franco

Fonte: link

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

BRASIL

Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

Publicados

em

A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

Leia Também:  Operação Yanomami: FAB fez 1.903 atendimentos em hospital de campanha

“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

Leia Também:  Morre Wladimir Pomar, que coordenou 1ª campanha presidencial de Lula

Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA