MATO GROSSO
Projeto promove o acesso à leitura de recuperandos em Rondonópolis
MATO GROSSO
A leitura como instrumento de poder na busca de transformação para mudar a realidade em que se está inserido. Essa é a premissa do projeto Livros que dão Asas, realizado nas salas anexas da Escola Estadual Maria de Lima Cadidé, localizada na Penitenciária Major Eldo Sá Correa (‘Mata Grande’), em Rondonópolis.
A escola dentro do sistema prisional conta com uma grande biblioteca, utilizada pelo projeto, seis salas de aula, com 12 turmas, e promove desde a alfabetização a cursos preparatórios para a Universidade, pelo projeto Zumbi dos Palmares. Atualmente, 260 recuperandos participam dos estudos e, através do projeto, aprendem a valorizar a leitura, ampliando o conhecimento e o acesso à cultura, para que possam exercer o papel de sujeito da sua própria história.
Um exemplo de sucesso do ‘Livros que dão Asas’ é um reeducando, que apenas no ano de 2021, já leu cerca de 40 livros. O jovem parou de estudar no segundo ano do Ensino Médio, antes de ter sua liberdade privada, e, com o projeto, conseguiu concluir os estudos com ótimas notas pelo Centro de Educação para Jovens e Adultos (Ceja).
O aluno contou que não possuía antes o hábito da leitura, tendo começado a ler após participar do projeto, durante a pandemia. Ele ressaltou ter interesse por obras de diversos gêneros literários, de Freud a Augusto Cury, e que buscou o conhecimento como forma de combater a ignorância. “Da mesma forma como os professores, nossos exemplos, conseguiram chegar onde chegaram, nós também conseguiremos. Só é difícil de verdade, quando a gente não tenta”.
A pedagoga e responsável pelas políticas públicas de educação na unidade, Creuza Rosa Ribeiro, falou sobre o início do projeto, as dificuldades encontradas, e também reafirmou a importância de ações afirmativas que possibilitem, aos recuperandos, o acesso à leitura como ferramenta libertadora.
“O projeto nasceu em 2015, quando tínhamos muitas dificuldades com o empréstimo de livros da biblioteca. Eles arrancavam as folhas e grudavam as páginas nas paredes. Depois de muito incentivo, acabaram por descobrir o prazer pela leitura, as diversas viagens que poderiam fazer através de um livro, e, com a pandemia, o projeto alavancou. Hoje, todas as alas recebem, a cada 15 dias, um acervo novo de livros, com temáticas muitas vezes solicitadas por eles, e fazem devolutivas muito interessantes”.
O projeto está em consonância com a Resolução Nº 391, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que estabelece procedimentos e diretrizes a serem observados pelo Poder Judiciário para o reconhecimento do direito à remição de pena, por meio de práticas socioeducativas em unidades de privação de liberdade, como, no caso, a leitura de obras literárias.
Com Assessoria do Tribunal de Justiça.


MATO GROSSO
Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).
O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior - índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).
A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.
No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.
A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.
Dificuldades
As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.
As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).
Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.
Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.
“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.
Dados da pesquisa
O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.
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