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Adoção e o poder de mudar vidas: Janete
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Era 19 de agosto de 1954 em Ituiutaba, interior mineiro. No ano em que o presidente da República, Getúlio Vargas se suicidou, nasceu a menina Janete em meio às dificuldades do pós-guerra mundial. O mundo vivia uma crise do preço internacional do café, além do fator interno, ocasionado pelo aumento do salário mínimo e do custo de vida no país dificultavam a vida dos brasileiros. “Uma senhora via minha mãe passando com vários filhos na frente da casa dela. Ficamos assim por muito tempo. Sendo observados e a fila de filhos só ia crescendo ano após ano, até chegarmos aos nove irmãos. Um dia ela disse à minha mãe que queria adotar uma menina e insistiu por um bom tempo. Certo dia minha mãe estava naquele baixo astral e disse que me daria. Na época não existia os trâmites legais. Era só de boca. Adoção à Brasileira, mas lembro que fizeram um termo de guarda. Os pais daquela que viria a ser minha mãe adotiva eram italianos. Fui crescendo com tios, primos, tive uma boa educação em Uberaba (MG) e aproveitei isso. Fui criada com muito carinho, mas com rédea curta. A minha mãe adotiva dizia: eu não me casei e não quero que me chame de mãe. Pode me chamar de tia. E assim foi. A minha tia me cuidou com o que tinha de melhor. Ela foi muito corajosa. Imaginem uma mulher solteira, naquela época, adotar uma criança, mas ela sempre foi muito independente. Durona, mas ficava com medo de eu visitar minha família de origem e acabar ficando por lá, mas não me impediu que mantivesse um relacionamento com minha mãe biológica e irmãos, nos damos bem”, revela Janete.
“Eu não fui agredida, eu não fui rejeitada, não fui relegada. Sou uma privilegiada, pois tive uma família que me acolheu e propiciou oportunidades. Não mexa nas coisas dos outros… dizia minha tia, ela era muito rígida, então eu fui criada dentro dessas bases. Acabei criando meus filhos desse jeito. Ela também me passou valores da tradicional família mineira, tive ensinamentos para ser dona de casa e cuidar da minha família. O que eu amo fazer. Naquela época nós não saíamos de casa era um sistema rígido. Fiz o estudo normal e depois iniciei o Direito. Foi quando conheci meu futuro marido naquela época. Meu grande amor. Que continua me enchendo de orgulho por ser um aguerrido defensor desta causa que ele conhece muito bem e sabe da importância”, dona Janete é esposa do corregedor-geral da Justiça do TJMT, desembargador José Zuquim Nogueira, que tem envidado esforços para melhorar a Adoção em Mato Grosso. “Sou também mãe da Ângela, do João Neto e da Alice é também avó de quatro crianças. Os mais novos, Lucas (3) e Matheus (7) e os mais velhos, Anthonny (10) e Renato (13). A diferença de idade entre meus filhos é pequena. Tive praticamente trigêmeos (risos). Amo minha família, sei da importância dela em minha vida e de minha existência na vida deles. Convivemos em harmonia e defendemos esta causa que é de puro amor”, declara.
Quando a pergunta é o que mudou na sua vida em decorrência da Adoção. A resposta é clara. “Fui a única da minha família biológica que tive essa oportunidade. Fiz faculdade, e isso aumenta nossas chances na vida. Não tive outros irmãos formados. Tínhamos dificuldades de acesso na época. Recebi carinho, limites e orientações. Todas as pessoas precisam disso para se tornarem adultos saudáveis. É preciso um acompanhamento psicológico e disposição para adotar. Mas sempre penso, qual filho não dá trabalho? E todos os pais e mães fazem a criação com muito amor. Nenhuma criança deveria conhecer a miséria, passar fome, por isso digo a quem tem condições de adotar, que não perca tempo. Vai logo, adote, vai atrás, se possível até de dois ou mais. É algo muito bom. Temos grupos de irmãos… mais velhos, as chamadas adoções tardias. As crianças que tem algum tipo de deficiência. Temos várias. Elas estão aí. Eu tenho meus filhos, mas penso, e se eles tivessem alguma diferença física ou intelectual? Eles jamais deixariam de ser meus filhos e vejo que ao pais adotivos pensam assim também. Se a pessoa se identificou. É só deixar o amor fazer o resto. Todos devem ser felizes. Eu tive uma infância feliz e uma vida feliz e gostaria que todas crianças pudessem ter as mesma oportunidades”, conclui.
Envolvimento com adoção – Janete sempre que possível gosta de visitar casas lares. “Embora saibamos do compromisso dos servidores destas instituições, dos cuidados e da estrutura que elas têm, me dói muito ainda ver uma criança sem família. Vi um bebezinho que tinha recém chegado a um lar em Tangará da Serra. Ele tinha sido agredido pela família. Saí deprimida. Temos que continuar lutando para que isso não aconteça e sempre esclarecer à sociedade, sempre buscar melhores condições”, conta.
Conheça mais sobre a Adoção pelos Programas desenvolvidos pela Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja) ligada à Corregedoria-Geral da Justiça. Clique aqui.
Foto 1: Imagem colorida. Dona Janete em meio a três funcionários da Casa Lar de Tangará da Serra em recente visita realizada. Todos estão em pé e de máscara. Do lado esquerdo, duas mulheres, em seguida ela, e ao lado direito o responsável pelo local. Ela conversa com as crianças acolhidas que não aparecem na foto.
Mais informações sobre adoção:
Ranniery Queiroz
Assessor de imprensa CGJ
Fonte: Tribunal de Justiça de MT
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VÍDEO: Segundo a Guarda Municipal, enquanto passava mal, a vítima estacionou o carro, mas permaneceu com o pé no acelerador, que fez com que o veículo pegasse fogo.
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