POLITÍCA NACIONAL
Participantes de audiência defendem financiamento federal do transporte coletivo urbano
POLITÍCA NACIONAL

Participantes de uma audiência que discutiu medidas de socorro ao transporte coletivo urbano defenderam a garantia de orçamento federal para o setor. O entendimento de representantes de empresas, consumidores e prefeituras é que, ainda que a mobilidade urbana seja uma responsabilidade do município, o governo federal deve participar do financiamento do setor.
O assunto foi discutido na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (30), a pedido do deputado Elias Vaz (PSB-GO).
“A maioria das gestões entende este como sendo um problema entre empresa e usuário. Mas é um problema de lógica de mobilidade urbana e de ordenamento das metrópoles, das cidades, de uma forma geral”, afirmou o parlamentar. “O transporte precisa se tornar uma política pública de Estado e não podemos deixar o ente com maior arrecadação [a União] fora do processo”, acrescentou.
Os debatedores relataram décadas de abandono do setor, com cartelização e problemas de fiscalização, além da priorização do transporte individual automotivo e, mais recentemente, da contratação de transporte via aplicativos. A pandemia de Covid-19 também agravou a situação.
Desequilíbrio
Dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) apontam para um desequilíbrio de quase R$ 28 bilhões entre o custo e a receita auferida pelo setor de transporte coletivo urbano, em abril deste ano. Além disso, desde o início da pandemia, foram perdidos quase 90 mil postos de trabalho nas empresas, o que representa 22% de toda a mão de obra existente no setor em dezembro de 2019.
Segundo o diretor administrativo e institucional da NTU, Marcos Bicalho dos Santos, desde o início da pandemia, as empresas foram impactadas por suspensões de atividades e de contratos e até pelo encerramento de atividades.

Tarifa
Santos é de opinião que os custos dos sistemas de transportes não devem ser financiados pela tarifa cobrada do usuário. Isso porque, se a demanda cai, mas a oferta não cai, o diferencial entre custo e receita se acumula e afeta a qualidade do serviço.
“Essa qualidade hoje está engessada e presa pelos preços das tarifas. A gente tem que ter uma tarifa modica. Essa tarifa acaba condicionando a qualidade da prestação do serviço público. Na medida que a gente separa, o órgão público gestor do serviço vai poder estabelecer o nível de qualidade que ele suporta pagar”, defendeu o diretor da NTU.
Na avaliação do prefeito de Porto Alegre (RS) e vice-presidente de Mobilidade Urbana da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), Sebastião Melo, o setor precisa de um financiamento perene.
“É o BNDES? Não se faz metrô com dinheiro do IPTU. Não se compra BRT com dinheiro de ISS. Os países capitalistas, socialistas, comunistas, todos botam dinheiro, porque só a receita tarifária não dá conta”, opinou Melo.

Também o coordenador de Mobilidade Urbana do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Rafael Calabria, defendeu um financiamento estrutural não tarifário do setor. Ele argumentou, entre outros pontos, que o transporte coletivo supera limites municipais, o que demandaria, além de modelos regionais, apoio técnico federal às pequenas cidades.
“O debate importante é de como fazer a conta. Hoje, ainda é feita por passageiro. Por passageiro, o custo do número de viagens não importa, porque vai receber por pessoa. O pagamento do custo dá mais estabilidade para o sistema, vincula as partidas, as execuções das viagens. Se não fizer a partida, não recebe”, acrescentou o representante do Idec.
Rafael Calabria criticou ainda os contratos muitos longos – alguns de 40 anos – que costumam ser firmados para o setor. A prática, segundo ele, inviabiliza mudanças.
Projetos
Vários projetos de lei em análise no Congresso Nacional sobre o assunto foram citados na audiência. Um deles, o Projeto de Lei 4489/21, do deputado Elias Vaz, institui o Programa Vale-Transporte Social, a fim de assegurar transporte público coletivo gratuito à população de baixa renda e aos desempregados. Municípios poderão firmar contratos com a União, responsável pelo programa.
Outra proposição, o Projeto de Lei 4392/21, do Senado Federal, prevê o aporte de recursos federais para subsidiar a tarifa gratuita de pessoas com mais de 65 anos e, ao mesmo tempo, garantir tarifa baixa para os demais usuários.
A gratuidade de tarifas para idosos, da forma que funciona hoje, foi criticada pelos debatedores. Eles disseram que ela encarece o preço pago pelos demais usuários.
“A idade é suficiente para a gratuidade ou é necessidade? Um juiz aposentado, um empresário, hoje entra no ônibus e não paga. Agora, o camelô que vai lutar pelo litro de leite, ele paga a passagem. Quem tem 65 anos não paga, mas o operário de 20 paga”, refletiu o prefeito Sebastião Melo.
Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Roberto Seabra
Fonte: Câmara dos Deputados Federais


MATO GROSSO
Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix
O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.
Sensação de insegurança e repercussão negativa
Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.
Fake news e manipulação política
A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.
Compromisso com transparência
Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.
A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.
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