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Peça teatral que discute feminicídio abre temporada em São Paulo

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Baseado em casos reais ocorridos na Argentina na década de 80 do século 20, o livro Garotas Mortas, de Selva Almada, serviu de inspiração para uma peça teatral que aborda a questão do feminicídio e fica em cartaz no Teatro Cacilda Becker, em São Paulo, até 24 de julho.

No livro, são contadas três histórias que permanecem sem solução: a de duas adolescentes assassinadas e a de uma mulher, que já era mãe e desapareceu há muitos anos. A escritora argentina usou os três casos para construir uma narrativa de não ficção, em primeira pessoa, para abordar a violência contra a mulher.

A adaptação da narrativa para o teatro é assinada pela coletiva Palabreria, encabeçada pelas artistas pesquisadoras Fernanda Machado, Luiza Romão e Sofia Boito.

A peça apresenta Andrea, adolescente apunhalada no coração enquanto dormia, e Maria Luisa, que foi estuprada e estrangulada, além de Sarita, uma prostituta que tinha um filho e que desapareceu, sem deixar vestígios. Na adaptação, as artistas pensaram em usar uma linguagem de teatro-cinema, fazendo com que palco e cena estejam sempre em diálogo e projeções se mesclem ao ambiente da cena.

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Como no livro, o espetáculo teatral é composto por diferentes registros narrativos e, para cada um, foi criada uma linguagem audiovisual, com o uso de imagens de arquivo. Como na escrita, a peça busca também discutir a violência contra a mulher latino-americana. “Nosso intuito é pensar como essas histórias específicas, contadas no livro, revelam uma violência de gênero estrutural, com dimensões continentais, e que continua matando milhares de mulheres”, disseram as autoras da adaptação.

“A característica principal do feminicídio é que são casos que excedem o policial porque não são delitos comuns. Por isso, têm um nome específico: feminicídio, e não homicídio, ou crimes passionais, como se dizia há pouco tempo na Argentina”, disse a escritora Selva Almada em entrevista ao programa Trilha de Letras, da EBC. A entrevista completa, que trata de feminicídio, pode ser assistida no site da TV Brasil.

A peça teatral Garotas Mortas tem entrada gratuita, e os ingressos devem ser retirados uma hora antes do espetáculo. As sessões são às quintas, sextas e sábados, às 21h e aos domingos, às 19h.

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Edição: Nádia Franco

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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