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Famílias com filhos que têm TDAH se unem em busca de ajuda após falta de neuropediatras em Várzea Grande (MT)

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A falta de profissionais neuropediatras na rede pública de saúde em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, fez algumas famílias se unirem em um grupo de voluntários para buscar por tratamento médico aos filhos com deficiência.

Eles estão sem o devido acompanhamento médico há bastante tempo. Para não interromper as medicações, os pais estão buscando saídas alternativas.

A secretaria de Saúde de Várzea Grande informou, em nota, que está providenciando a contratação de novos médicos, mas tem encontrado dificuldades em encontrar profissionais para algumas áreas especializadas. (Veja nota na íntegra ao final da reportagem).

 

Para a dona de casa Luciana Pereira dos Santos, essa luta tem sido cansativa por causa da falta de compreensão das pessoas com relação às especificidades que o filho Alex, de 15 anos, precisa ter em alguns ambientes. Ele tem Transtorno Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e dislexia.

“É fácil julgar quando você não está na pele do outro. É muito triste para uma mãe ser taxada de que cria um filho mal educado. Não é isso. As pessoas não entendem sobre dislexia e TDAH. Eu estou cansada das pessoas falarem ‘esse menino tem alguma coisa?’ É difícil ter que ficar esfregando o laudo na cara dos outros”, desabafou.

 

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Já o segundo filho dela, Davi, nasceu com malformação na coluna vertebral. Os dois pequenos precisam atualizar constantemente o laudo médico, mas apenas Davi tem sido atendido em Cuiabá, apesar da família ser da região metropolitana.

“Várzea Grande ficou mais de três anos sem neuropediatra. Meu filho até foi atendido, mas quando a gente foi para ter um retorno, ele não estava mais lá. A gente fica na espera”, disse.

Essa situação se repete na família da dona de casa Elizângela Laurenço. A filha dela, Gabriela, nasceu com a espinha bífida e, ainda bebê, teve uma complicação e desenvolveu hidrocefalia, que provoca acúmulo de líquido na cabeça.

A cirurgia foi feita quando ela tinha cinco meses de vida e agora ela usa uma válvula, porém, necessita de acompanhamento médico a vida inteira. Segundo Laurenço, a filha está há dois anos sem ser atendida por um especialista na cidade.

“Ela precisa das dosagens corretas por causa das crises convulsivas. Ela tem o tamanho de uma criança com 13 anos, mas tem uma deficiência muito grande intelectual. Então, quanto menos crise ela tiver, melhor vai ser”, contou.

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Para manter a medicação em dia, a mãe disse que precisou levar a filha a um psiquiatra para atualizar a receita e dar continuidade ao tratamento. Contudo, a filha segue sem atendimento de um neuropediatra.

“Sem as terapias, as medicações, sem o acompanhamento do neuropediatra, infelizmente a nossa realidade é que as nossas crianças não vão conseguir evoluir, não vão melhorar”, afirmou.

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