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Projeto atende gratuitamente meninas e mulheres em situação de rua

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O projeto Menina, Moça-Mulher, lançado há 64 dias pelo Instituto Carlos Chagas (ICC), comemora o sucesso no atendimento a meninas a partir de 12 anos de idade, além de jovens e mulheres, em situação de vulnerabilidade social, no município do Rio de Janeiro. A entidade civil sem fins lucrativos existe há 63 anos e oferece 28 cursos de pós-graduação na área médica.

O novo projeto para a população feminina da cidade do Rio de Janeiro ocupa um imóvel do próprio instituto, na Lapa, que estava abandonado. O prédio foi sede da primeira clínica de Saúde da Família do município, em 1991, mas se encontrava em ruínas e ocupado por moradores de rua. Com recursos da Caixa Econômica Federal, o presidente do ICC, cirurgião plástico Ricardo Cavalcanti, realizou a reforma da casa e criou o projeto Menina, Moça-Mulher.

“Ele não é um projeto de assistência social, nem pretende substituir nenhuma unidade de saúde. Nós detectamos que muitas de nossa clientela está à margem de atendimentos médicos, está à margem de um cuidado geral, porque não frequenta ambulatórios para a população comum”.

Ricardo Cavalcanti disse à Agência Brasil que essas meninas e mulheres não frequentam as unidades de saúde comuns porque estão permanentemente drogadas, em sua maioria, e se encontram em situação de vulnerabilidade total. A faixa etária que concentra o maior número de atendidas é entre 25 e 40 anos de idade.

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O projeto foi pensado para dar apoio a mulheres em situação de rua, profissionais do sexo, vítimas de abuso sexual e todas as mulheres que tenham dificuldade no acesso ao sistema de saúde e precisem de atendimento especializado.

“Para você ter uma ideia, nós fizemos um levantamento que apurou que tem meninas de 12 a 18 anos com quatro gestações. O objetivo é que o projeto seja a porta de entrada médica. O projeto não tem internação nem abrigamento. Ele presta atendimento e orientação à clientela com médicos, psicólogos, advogados, assistente social, além de terapia ocupacional. A meta é tentar tirar da rua e capacitar. Não adianta simplesmente tratar e voltar para a rua novamente”, disse.

Qualificação

O projeto oferece oficinas de trabalho de acordo com a necessidade de capacitação que as pessoas atendidas têm, visando prepará-las para absorção pelo mercado de trabalho. O projeto funciona de segunda-fira a sexta-feira, das 8h às 18h, na Avenida Mem de Sá, 254, Lapa, região central da capital fluminense, e é inteiramente gratuito. Boa parte da população atendida apresenta distúrbios mentais, disse o presidente do ICC.

Nesse projeto, o ICC conta com parceria das secretarias municipais de Saúde e Assistência Social, que disponibilizaram equipamentos para que o instituto possa fazer os encaminhamentos, além de parceiros privados.

Ricardo Cavalcanti disse que a meta é ter em torno de 2 mil atendimentos mensais. “Não são 2 mil usuárias, porque podemos ter uma usuária utilizando dois a quatro serviços”, explicou. Em outubro, o projeto chegou a atender, em um único dia, 96 pessoas. Hoje, chegou à faixa de 300 pessoas atendidas.

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Meta

A meta é tornar a casa conhecida e dar continuidade ao projeto. O ICC está desenvolvendo, no momento, um prontuário eletrônico com campos sociais, para ter o diagnóstico dessa população quando ela é encaminhada às unidades de saúde. O Menina, Moça-Mulher promove ações de intervenção e prevenção, como rastreamento de câncer de mama, educação em saúde, direitos reprodutivos e sexuais, acesso aos métodos contraceptivos e preservativos, serviços de contracepção e planejamento familiar e cuidado com os filhos, além de palestras e testagens sobre doenças sexualmente transmissíveis, como sífilis e gonorreia.

O projeto está vinculado à pesquisa, com objetivo de gerar evidências científicas. A equipe do projeto conta diretamente com 30 profissionais, fora o suporte do ICC. Tem parceria ainda com o Judiciário e o Conselho Tutelar.

As jovens e mulheres atendidas contam também com a ajuda no requerimento de documentos como carteira de identidade e carteira de trabalho, entre outros.

A experiência do projeto será utilizada para o desenvolvimento de pesquisas vinculadas aos programas educativos do Instituto de Pós-Graduação Carlos Chagas e como metodologia social para outras regiões do Brasil.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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