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No mês da Consciência Negra, CCBB homenageia fotógrafo Walter Firmo
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No mês da Consciência Negra, uma exposição homenageia um fotógrafo referência em dedicação ao povo negro: Walter Firmo.
As mais de sete décadas de trajetória do artista são apresentados na mostra “Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito”, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro.
São mais de 260 obras, produzidas desde 1950, que retratam as cores e nuances dos personagens, especialmente da população negra, destacados por Firmo em suas fotos. Para o artista, hoje com 85 anos, este é um momento especial.
“Como não estar feliz, e estar também sempre com o friozinho na espinha. É como se fôssemos um ator que vai estrear uma peça. Ele vai ficar assim, sempre preocupado. E, dentro desse espectro, a gente fica sempre esperando abrir a cortina e começar o espetáculo. Então, estou feliz”, disse ele.
Repercussão da obra
Ao longo de sete núcleos temáticos, é possível conferir trabalhos de repercussão na carreira de Walter Firmo, como fotos de ícones como Cartola, Pixinguinha, Arthur Bispo do Rosário e Dona Ivone Lara. Para o artista, um momento único de mostrar o diferencial de sua obra.
“Eu sou um sedutor. Então, o meu trabalho se esteia, se concretiza, se baseia exatamente nessa atitude da sedução. De trabalhar com o imaginário, sabe, não é a realidade, isso tudo que eu faço aqui é um percurso, uma prosódia, uma maneira de se mostrar poeta naquilo que ele gosta de fazer, que é a imagem fotográfica”, acrescenta.
Um dos curadores da mostra, Sergio Burgi explica que o processo de seleção dos trabalhos foi complexo, pois o acervo do fotógrafo inclui mais de 140 mil imagens.
“Durante o período da pandemia, tínhamos a previsão, a exposição, inclusive ter sido lançada antes, mas, com a pandemia, passamos cerca de dois anos com a oportunidade de semanalmente conversarmos com Firmo, duas reuniões por semana, vendo eletronicamente o acervo, com isso fomos construindo uma visão bastante estruturada do trabalho dele ao longo dessas sete décadas”, revela Burgi.
A mostra “Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito” terá longa temporada no Centro Cultural Banco do Brasil, onde poderá ser vista até março do ano que vem. A entrada é franca. O CCBB fica na Rua Primeiro de Março, 66, no centro do Rio.
Edição: Kleber Sampaio
Fonte: EBC Geral


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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