MATO GROSSO
Piquete e adubação orgânica auxiliam produtor familiar a manter sítio bioarquitetônico
MATO GROSSO
O Sítio Bilui Bio, do produtor Genival Soares dos Santos, 51 anos, que vive com a esposa e os pais, no Projeto de Assentamento Nova Conquista, lote 19, no município de Nova Olímpia (a 207 km de Cuiabá), está sendo referência na região por ser montado de forma bioarquitetônica. O conceito consiste em associar conforto, beleza e funcionalidade de forma integrada e em harmonia com o ecossistema.
Para auxiliar neste processo, a família recebe assistência técnica da Empaer (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural), com orientações na implantação do sistema de piquetiamento, produção de adubo orgânico e compostagem. O objetivo é ajudar no manejo adequado da pastagem e na qualidade de vida dos moradores.
Genival tem um rebanho de 33 cabeças de gado – parte pra leite, parte pra corte – e procurou a Empaer por dificuldades no manejo da criação, principalmente na ração. Ao tomar ciência do problema, o técnico Irapuan Rodrigues da Silva montou um projeto que consiste no manejo rotacional, com 13 piquetes em uma área de quase dois hectares, além da implantação da capineira capiaçu, para garantir o alimento aos animais durante o período de seca.
Segundo Irapuan, do que foi planejado, a capineira já está alimentando a criação. “Os piquetes ainda não foram concluídos, porém os materiais estão sendo adquiridos e preparados. Genival trabalha voltado à sustentabilidade. Toda casa foi construída com materiais reaproveitados, maior parte do próprio meio ambiente. Até os dejetos sanitários são processados por biofossa, que já estava pronta quando iniciamos a assistência técnica”, destaca.
Sistema de piquetiamento ainda não está pronto, mas o gado já está se alimentando da capineira.
O técnico frisa que, como a agroecologia está muito presente nos hábitos dos moradores, o projeto foi adaptado para não haver necessidade de abrir novas áreas. “Com boas práticas de manejo é possível intensificar a produção”.
Na produção de adubo orgânico e compostagem, está à frente a técnica Claudineia Marcela de Souza. Ela explica que o processo vem para complementar e facilitar o plantio das hortaliças e cereais consumidos pelos moradores.
“A compostagem é conhecida como o processo de reciclagem do lixo orgânico, transformado em adubo natural, que pode ser usado na agricultura, em jardins e plantas, substituindo o uso de produtos químicos. O processo também contribui para a redução do aquecimento global”, explica.
Segundo ela, o produtor vem seguindo as orientações, aplicando o adubo orgânico na horta e na capineira.
Para Genival, a experiência de ser orientado pela Empaer ampliou seu conhecimento. “Minha meta é ter uma propriedade 100% bioarquitetônica e ser referência principalmente para produtores rurais de assentamentos do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Estou montando os piquetes aos poucos, porque uso madeira de refugo e reaproveitadas”.
Ele acrescenta que, ter a oportunidade de alimentar o gado já com o capiaçu este ano, mesmo com dificuldade em fazer a silagem, já foi um avanço enorme. “Já desmontei uma geladeira velha e uso para fazer a compostagem. Vivo o mais próximo de um naturalista, sempre pensando no meio ambiente”,
Genival conta que as paredes da sua casa são de adobe confeccionado com casas de cupim, encontradas em todos os pastos. Uma parte do telhado é verde com vegetação, entre exemplares de pitaya e outros cactos. As vigas de sustentação são de madeira de demolição e restos de troncos e pedras da Serra Tapirapuã, além do piso de tocos de peroba. Uma parte da casa é em alvenaria tradicional, devido à companhia de energia ter exigido para viabilizar a luz, se não seria toda de esterco de vaca com casa de cupim, usados para fazer a massa do abobe”, conclui.
Produtor Genival contente com resultado da assistência técnica e alimento garantido para o gado
Fonte: GOV MT


MATO GROSSO
Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).
O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior - índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).
A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.
No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.
A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.
Dificuldades
As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.
As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).
Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.
Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.
“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.
Dados da pesquisa
O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.
-
MATO GROSSO7 dias atrás
Utilização de veículos como pagamento de imóveis se torna opção de mercado em Cuiabá
-
MATO GROSSO5 dias atrás
Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso
-
ARTIGOS5 dias atrás
Tecnologia, ciência e humanização: o tripé da medicina do futuro
-
ARTIGOS2 dias atrás
Dia do Médico: Desafios, avanços e a missão de cuidar
-
ARTIGOS5 dias atrás
Especialista em diagnóstico por imagem explica como a biópsia guiada contribui para o tratamento precoce do câncer de mama
-
ARTIGOS24 horas atrás
Canetas emagrecedoras: ortopedista alerta sobre impactos na coluna e nas articulações