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Mostra no Rio reforça legado dos povos indígenas

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O Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, inaugurou esta semana a exposição Îandé – aqui estávamos, aqui estamos, sobre os povos indígenas do país. A proposta é trazer um novo olhar sobre a trajetória deles desde antes da chegada dos portugueses até os dias atuais.

Exposição no Museu Histórico Nacional reforça legado e protagonismo dos povos indígenas Exposição no Museu Histórico Nacional reforça legado e protagonismo dos povos indígenas

Exposição no Museu Histórico Nacional reforça legado e protagonismo dos povos indígenas – Jaime Acioli/Divulgação

Uma reformulação foi feita no conceito e no acervo da mostra de longa duração que já existia no espaço há 16 anos. Agora, ela está dividida em dois eixos temáticos – Arqueologia e Povos originários –, que se conectam a partir de objetos etnográficos antigos e obras de artistas contemporâneos.

Na montagem do espaço, os organizadores apresentam um diálogo entre as diferentes temporalidades da presença indígena em território brasileiro. Convidam a pensar em que pontos há rupturas e continuidades entre passado e presente. Para isso, a participação de representantes dos povos Kanindé (CE) e Yawanawá (AC) foi fundamental, como assinala o diretor substituto do museu, Pedro Colares Heringer:

“Essa foi a primeira vez que o museu adquiriu um acervo dos povos originários a partir de uma conversa sobre que discursos eles queriam transmitir no museu. Não houve intermediação com um colecionador ou nada do gênero. Por exemplo, os integrantes do povo Kanindé escolheram o que é de representativo para estar aqui, qual a mensagem que eles querem passar.”

Construção da memória

Exposição no Museu Histórico Nacional reforça legado e protagonismo dos povos indígenas Exposição no Museu Histórico Nacional reforça legado e protagonismo dos povos indígenas

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Exposição no Museu Histórico Nacional reforça legado e protagonismo dos povos indígenas – Jaime Acioli/Divulgação

A colaboração foi importante para que os indígenas atuassem como protagonistas do processo de construção da própria memória. Uma das envolvidas foi Antônia Kanindé. Ela é graduada em Museologia e cursa mestrado em Antropologia. Ser uma voz ativa na elaboração do acervo ajudou a romper com imagens e discursos tradicionais.

“A nossa narrativa sempre foi traçada a partir de um lugar onde nós éramos os outros, sempre distantes. Trazer indígenas para um processo colaborativo de indicar objetos e articular discursos da exposição, apresentar textos narrativos sobre o acervo e a historicidade desses povos, é pensar um novo lugar para o museu. Um lugar que colabora e, ao mesmo tempo, inclui os povos indígenas na sua narrativa. Então, há agora uma perspectiva do ‘eu’. Não é mais o museu falando sobre os indígenas. São os próprios indígenas que ocupam o espaço do museu e trazem suas narrativas”, explicou.

Um dos curadores da exposição, o pesquisador André Amud Botelho disse que a participação dos povos indígenas trouxe aprendizados importantes para toda a equipe.

“O que vemos aqui é a mensagem de que o museu não é só um lugar de objetos, mas um lugar de processos. Sejam eles educacionais, reflexivos, de afirmação. Queremos uma exposição que permita sempre incluir novos objetos e ser um lugar aberto a esses debates. Esse é o espírito dos povos originários que estamos tentando reproduzir aqui”, afirmou Botelho.

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Obras em destaque

Dos vestígios mais antigos, a principal obra da exposição é o tacape (arma de madeira), que pertenceu ao líder indígena Tibiriçá, do povo Tupiniquim, no século XVI. O objeto é parte do acervo do museu desde 1924. Das peças mais recentes, há um colar doado pelos Yawanawá, utilizado em rituais contemporâneos. O desenho dele segue formas que representam visões e miragens dos indígenas durante as cerimônias de celebração. Entre os artistas contemporâneos, há obras de Denilson Baniwa, Diakara Desana, Mayra Karvalho e Tapixi Guajajara.

Em um outro espaço pensado para debater lutas atuais, estão objetos do povo Yanomami. Uma aljava com pontas de flecha e uma tanga são acompanhadas de um texto que relembra a invasão de terras por garimpeiros, os ataques às aldeias e plantações, a poluição dos rios e os assassinatos de indígenas. Mais do que apresentar elementos estáticos, é permitir uma reflexão ampla dos significados históricos e sociais que eles representam.

O texto sobre a exposição termina com um convite à resistência coletiva: “Que todos, indígenas e não indígenas, nos indignemos e exijamos a garantia dos direitos dos Yanomami e dos outros povos indígenas no Brasil”.

Serviço

Museu Histórico Nacional

Endereço: Praça Marechal Âncora, S/N, Centro – Rio

Exposição de longa duração

De quarta a sexta, das 10h às 17h. Sábado e domingo, das 13h às 17h

Entrada franca

Patrocínio: Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura

Apoio: Associação dos Amigos do MHN

Edição: Kleber Sampaio

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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