MUNDO
Relatora da ONU acusa Israel de tratar Palestina como colônia
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A relatora da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Francesca Albanese, afirma que Israel mantém a ocupação de áreas palestinas para obter o maior território possível para o povo judeu.
Francesca, que está em Londres pela primeira vez desde a sua nomeação, no ano passado, frisou que Israel trata os territórios palestinos como se fossem colônias.
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Francesca Albanese explicou o seu ponto de vista sobre a questão palestina: “Para mim, o apartheid é um sintoma e uma consequência das ambições territoriais de Israel em relação ao que resta de uma Palestina cercada. A causa são as colônias. Israel é uma potência colonial que mantém a ocupação para obter o maior território possível para os judeus. E é isto que leva às numerosas violações do Direito Internacional”.
“Se existe realmente empenho na solução de dois Estados, como o Reino Unido parece estar disposto, retoricamente, na minha opinião, assim como ocorre em todos os países ocidentais, é preciso certificar-se de que a conduta de Israel está alinhada com a possibilidade de existir um Estado palestiniano, o que significa a soberania do ponto de vista político, econômico e cultural”, acrescentou.
Para a relatora, “o direito à autodeterminação deve ser o ponto de partida”.
“Os países-membros devem deixar de comentar as violações aqui ou ali, ou a escalada de violência, uma vez que a violência nos territórios palestinos ocupados é cíclica, não é algo que explode acidentalmente. Só há uma forma de resolver o problema, que é garantir que Israel cumpre o direito internacional”, alertou.
O primeiro relatório de Francesca sobre o direito de autodeterminação dos palestinos foi apresentado à Assembleia Geral das Nações Unidas e ao Conselho dos Direitos Humanos sobre a privação da liberdade, onde descreve “a detenção sistemática de palestinos por razões de segurança e ordem pública”.
A relatora considera ainda “que Israel tem o direito de defender o seu território e cidadãos, independentemente do fato de não ter definido as suas fronteiras, mas não pode justificar a ocupação em nome da autodefesa, ou ao horror que impõe aos palestinos em nome da autodefesa”.
Segundo a relatora, “uma característica trágica do envolvimento ocidental no Oriente Médio é a incapacidade de defender a lei sem dois pesos e duas medidas, em especial o Reino Unido que foi uma potência colonial da Palestina”.
“A responsabilidade do Reino Unido é maior, tendo em conta o legado histórico do país na região. O Reino Unido não parece estar ativo nesta agenda, especificamente no que se refere ao cumprimento do direito internacional. Já é tempo de haver uma mudança de paradigma sobre a questão da Palestina”, defendeu.
Comemoração da Nabka
Durante sua estadia no Reino Unido, Francesca Albanese, que é advogada italiana e especialista em Direitos Humanos, deverá visitar a embaixada palestina em Londres para comemorar a Nakba (termo que significa catástrofe em árabe e designa o êxodo de 1948, quando pelo menos 711 mil palestinianos forma expulsos de suas casas).
É a primeira vez na história, que a ONU celebra a Nabka.
A relatora, acusada por alguns grupos israelenses de equiparar a Nabka ao Holocausto, nega: “Tal como o Holocausto foi um momento decisivo na vida coletiva do povo judeu, também a Nakba o foi para o povo palestiniano”.
“Não disse que eram iguais, simplesmente porque não são. Porque é que haveríamos de comparar duas tragédias?”, questionou.
Francesca Albanese foi instada a se demitir por alguns ministros do Governo de Israel, como Amichai Chikli, que comanda a pasta dos Assuntos da Diáspora e Combate ao Antissemitismo, que a acusou de “vomitar ódio e antissemitismo”, enquanto grupos sionistas a descrevem como parcial.
Francesca descreve os ataques como “intimidação, nem mais, nem menos”, mas acrescenta “que serão tão eficazes como cães a ladrar a aviões”.
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Fonte: EBC Internacional


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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