Search
Close this search box.
CUIABÁ

BRASIL

Testagem e telessaúde reduziram em 46% mortalidade por covid na Maré

Publicados

BRASIL

Ação coordenada entre empresas públicas e privadas conseguiu reduzir em 46% a taxa de mortalidade por covid-19 no conjunto de favelas da Maré, no Rio de Janeiro. Paralelamente, houve aumento de 23% nas notificações da doença.

Os dados fazem parte de um estudo publicado no periódico BMJ Global Health. Pesquisadores analisaram os impactos do programa Conexão Saúde, que reuniu seis instituições: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Redes da Maré, Dados do Bem (DdB), SAS Brasil, União Rio e Conselho Comunitário de Manguinhos. O resultado positivo é explicado por um conjunto de fatores: envolvimento da comunidade, estratégias de comunicação e de vigilância móvel, testes massivos e telessaúde.

O Conexão Saúde utilizou três atividades principais: testagem massiva, telessaúde e isolamento domiciliar. As estratégias de comunicação envolveram as redes sociais como fontes de apoio. Elas foram usadas para fornecer orientações diretas e reduzir a disseminação de notificas falsas. Além disso, houve visitas às casas, por meio das unidades básicas de saúde, em que foram distribuídos álcool gel, máscaras e panfletos.

Leia Também:  Terra indígena do litoral de SP tem unidade de saúde afetada por chuva

“O estudo demonstra que a ciência é fundamental na geração de informação, no acompanhamento epidemiológico e na informação qualificada que gera dados para a sociedade. O tipo de modelagem utilizada auxilia nas conclusões e sugere que a intervenção realizada na Maré não pode ser medida por ações isoladas e sim pelo conjunto delas, que tiveram impacto positivo na redução de mortes por Covid-19”, complementou o pesquisador da Fiocruz e coordenador do estudo, Fernando Bozza.

Bozza destaca ainda a relevância do trabalho por focar em comunidades de baixa renda, que sofrem com desigualdades no acesso aos serviços públicos de saúde e ficaram vulneráveis no período mais crítico da pandemia. A ação realizada na Maré pode se tornar um modelo e ser replicado em outras comunidades.

“O estudo abre uma perspectiva do ponto de vista das políticas públicas, na atuação em situações de crise nos territórios historicamente negligenciados. Ações de saúde onde se combina ciência, engajamento e trabalho com organizações da sociedade civil podem se tornar programas de governo no futuro”, disse o pesquisador.

Leia Também:  Governo define a próxima sexta-feira como ponto facultativo

Complexo

No Complexo da Maré, entre março de 2020 e abril de 2021, foram registrados 4.967 casos de covid-19 e 279 mortes pela doença. O local tem 16 favelas e cerca de 140 mil habitantes. A pesquisa comparou dois períodos distintos: antes das ações do programa Conexão Saúde (março a agosto de 2020) e depois das intervenções (setembro de 2020 a abril 2021). Os resultados também levaram em consideração os números de outras três favelas (Rocinha, Cidade de Deus e Mangueira), que combinadas têm a mesma população da Maré.

Fonte: EBC GERAL

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

BRASIL

Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

Publicados

em

A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

Leia Também:  Terra indígena do litoral de SP tem unidade de saúde afetada por chuva

“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

Leia Também:  Governo define a próxima sexta-feira como ponto facultativo

Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA