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Presidente do Ibama defende atuação dura contra o desmatamento

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POLITÍCA NACIONAL

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Rodrigo Agostinho, afirmou nesta quarta-feira (14) que o órgão vai ter atuação dura contra o desmatamento e que legislação ambiental se aplica igualmente em todos os biomas.

Ele foi questionado por deputados sobre os embargos impostos às propriedades rurais na região amazônica durante audiência na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. “A  lei dos crimes ambientais não faz diferença entre biomas. Se existe uma multa, se existe um embargo, é porque alguém desmatou sem autorização”, disse Agostinho.

Ele reforçou que, sem a regularização ambiental da propriedade, o que envolve o reflorestamento da área desmatada, não é possível suspender o embargo. “O Ibama vai continuar muito duro com a questão do desmatamento”, disse. A gente quer que as pessoas possam se regularizar, mas as pessoas também precisam parar de derrubar”, acrescentou. Ele reiterou que o órgão busca conciliar os interesses do setor produtivo com a legislação de preservação ambiental.

Burocracia
Por outro lado, o consultor em meio ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Justus, criticou a demora das secretarias estaduais de Meio Ambiente para analisar os Cadastros Ambientais Rurais (CAR) das propriedades embargadas. Segundo ele, atualmente existem 50 mil fazendas embargadas na Amazônia. “Essas pessoas estão proibidas de receber crédito rural, porque estão na lista de áreas embargadas, e não conseguem hoje mais vender seus produtos, estando alijadas do mundo econômico”, frisou o executivo.

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O presidente do Ibama reconheceu que a burocracia agrava o embargo, sobretudo pela diversidade de regras, que variam de acordo com o estado, e pela falta de regularização fundiária de algumas propriedades, o que é requisito para a certificação ambiental.

Pablo Valadares / Câmara dos Deputados
Audiência Pública – Embargos às propriedades rurais na região do Amazonas. Dep. Gerlen Diniz (PP - AC)
Gerlen Diniz defendeu pequenos produtores: “desmatam por sobrevivência”

Ele citou o Pará como caso bem-sucedido na deliberação sobre propriedades embargadas. O estado está dando prioridade para avaliar e validar o CAR das fazendas que estão nessa situação. “Isso é importante porque temos milhares de propriedades precisando de validade do CAR. E, se o proprietário ficar no final da fila, não conseguiria fazer o desembargo nunca”, disse. Ele acrescentou que a liberação das propriedades depende de decisão do estado, além do aval do Ibama.

Pequenos produtores
O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), que solicitou a audiência, alertou para o caso de pequenos produtores embargados. “Muitos pequenos produtores ficam em uma situação mais complicada, porque naturalmente o grande busca soluções mais rápidas e tem mais recursos para isso. O pequeno vive para sua sobrevivência”, alertou.

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Na mesma linha falou o deputado Gerlen Diniz (PP-AC). “Os grandes responsáveis pelo desmatamento no País são os grandes proprietários, e há milhares de pequenos proprietários com suas áreas embargadas. São famílias que estão sofrendo e que são consideradas criminosas, mas desmatam por subsistência”, ressaltou.

Diante desses argumentos, Rodrigo Agostinho disse que o Ibama atualmente prioriza o embargo de grandes fazendas. Ainda assim, ele reconhece que a solução para estoque de pequenas propriedades embargadas é um desafio para o órgão. Ele defendeu o diálogo com os estados para chegar a um consenso sobre a regularização ambiental.

Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Geórgia Moraes

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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