INSATISFAÇÃO NA BASE
Vereadores aliados detonam Emanuel; Varanda ameaça romper
MATO GROSSO
Os vereadores Adevair Cabral (PTB) e Rogério Varanda (MDB), que integram a base do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), usaram a tribuna da Câmara Municipal, nesta terça-feira (22), para afirmar que a gestão tem sido desrespeitosa com os parlamentares aliados. Eles ainda alertaram o prefeito para um possível rompimento.
Adevair iniciou as reclamações dizendo que nem mesmo os parlamentares conseguem acessar os serviços de infraestrutura da capital. Ele compartilhou que tem sido cobrado pelos presidentes de bairros, mas que não consegue atendê-los devido à inacessibilidade do prefeito.
“Moro no CPA há 40 anos. Hoje não consigo levar um tapa-buraco para a minha região. A população tem me cobrado tanto que já estive pensando de eu mesmo fazer uma força-tarefa, com meu salário, e fazer um tapa-buraco”, disse.
“Os presidentes de bairro têm sofrido e eu digo: ‘Não consigo, já solicitei e implorei, mas não consigo chegar na ponta’ [em Emanuel]. É a primeira vez que me deparo com essa situação, um vereador da base do prefeito não consegue levar um tapa-buraco”, revelou.
Além disso, ele afirmou que o prefeito desvaloriza os vereadores ao colocá-los em uma posição de coadjuvantes e marcar inauguração de obras em datas e horários nos quais os parlamentares não poderão comparecer.
“O vereador vai para ser coadjuvante no lançamento de obras. A parte principal é o prefeito, o vice-prefeito e secretários. Essa é uma realidade, não adianta ficar quieto”.
“Hoje o prefeito está lançando o recapeamento do Bairro Tijucal. Os assessores mandaram para os vereadores o post convidando para o lançamento às 9h. Mas como [ir] se está no horário de expediente da Câmara Municipal? Nós temos sessão somente duas vezes por semana. Se quisesse que os vereadores fossem prestigiar, poderia fazer na segunda, quarta, sexta ou na parte da tarde”, afirmou.
Adevair afirmou que as subprefeituras estão sucateadas, mesmo tendo grande potencial de entregarem bom atendimento às comunidades. Ele observou que elas estariam sem funcionários e estrutura para atendimento.
“Os sub-prefeitos hoje são funcionários braçais, porque não existe nada de estrutura nas regionais. Seria um projeto maravilhoso, mas o sub-prefeito da região não tem um funcionário sequer”, pontuou.
“Matar ou morrer”
Aproveitando as reclamações de Adevair Cabral, o vereador Rogério Varanda acrescentou críticas. Ele afirmou que Emanuel “desrespeita” a própria base ao não apoiá-la.
Além disso, ele ameaçou romper a aliança com o prefeito e disse que, se continuar sendo abandonado pela gestão, abrirá mão dos cargos que ocupa na Prefeitura e se tornará um vereador independente.
“Prefeito, respeite os vereadores que te apoiam. Estamos aqui para ‘matar e morrer’ ao seu lado. Queremos que o senhor nos trate dessa mesma forma. Não marque inauguração no dia de terça e quinta, porque temos obrigação com o povo que nos colocou aqui, não de estar com você”, reclamou.
“Gosto do seu trabalho, mas a falta de respeito que você está tendo aqui pode mudar muita coisa na vida dos vereadores que te apoiam. Não quero mais ter que falar isso. Na próxima vez que eu tiver que falar, com certeza usarei essa tribuna para dizer que entregarei os cargos que tenho junto à Prefeitura e passarei a ser um vereador independe. Meu posicionamento será outro”.
Varanda conclui dizendo as reclamações são feitas em prol da população e que, a partir de agora, manterá uma postura crítica frente à gestão.


MATO GROSSO
Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).
O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior - índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).
A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.
No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.
A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.
Dificuldades
As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.
As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).
Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.
Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.
“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.
Dados da pesquisa
O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.
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