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Conselheiro Sérgio Ricardo propõe que TCE faça controle permanente de políticas ambientais no julgamento de contas

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O conselheiro Sérgio Ricardo propôs que o Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) passe a avaliar também no julgamento das contas anuais de governo e de gestão a execução de políticas públicas em benefício do meio ambiente. A proposta foi apresentada durante o seminário “Controle Externo do Meio Ambiente”, realizado pelo TCE-MT nesta sexta-feira (22), na Escola Superior de Contas.

Presidente a Comissão Permanente de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Ricardo chamou a atenção para urgência de ações para a contenção das mudanças climáticas, que já causam prejuízos socioambientais em todo o planeta. “A fiscalização vai auxiliar os municípios para que eles se adaptem cada vez mais rápido às questões ambientais. Isso tem que chegar a todo o estado, então temos muito trabalho pela frente. Estamos fazendo a nossa parte.”

Desta forma, a proposta é que gestores demonstrem em seus balanços anuais a boa e regular aplicação dos recursos públicos, bem como o resultado das ações empreendidas para cumprir os objetivos estabelecidos. Isso inclui, dentre outros, a estruturação e atualização da base de legislação ambiental e a verificação das despesas públicas planejadas e em execução, considerando suas consequências ambientais.

De acordo com Sérgio Ricardo, a mudança está alinhada à visão do presidente do TCE-MT, conselheiro José Carlos Novelli, que privilegia a orientação. “Teremos uma avaliação sobre as obras executadas pelo município e qual o impacto gerado por elas. Vamos auxiliar os gestores, orientando para que eles também passem a ter essa preocupação e evite sansões”, afirmou.

Seu pedido tem como base um estudo da Comissão, que aponta a viabilidade técnico-jurídica para inclusão destes critérios nos processos, assim como destaca o papel controle externo na proteção do patrimônio ambiental. O documento foi encaminhado ao Gabinete da Presidência e à Comissão Permanente de Normas, Jurisprudência e Consensualismo (CPNJur).

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Crimes ambientais e ações de combate

Na primeira mesa temática da manhã, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Rogério Schietti Cruz tratou sobre a abordagem que vem sendo dada pela instituição aos crimes ambientais. Relator de decisões emblemáticas, ele destacou a importância do tema para Mato Grosso, reforçando a importância de ações efetivas de preservação e combate de desmatamento.

“Talvez Mato Grosso seja o estado com o maior desafio na necessária conciliação entre a preservação do meio ambiente, a sustentabilidade e o desenvolvimento econômico. Talvez nenhum país do mundo tenha tantos biomas e talvez estejamos carentes de um avanço maior [na proteção]. A questão central não só no Brasil ou em Mato Grosso, mas em todo o planeta, é a nossa capacidade em perceber a gravidade da situação”, defendeu.

O Seminário

Realizado pela Comissão Permanente de Meio Ambiente e Sustentabilidade do TCE-MT, o Seminário é fruto de parceria com a Escola de Direito da Alfa Educação (Unialfa/Fadisp), representada na ocasião pelo diretor Thiago Matsushita. “Para nós é um orgulho enorme realizar mais um evento. Ao longo de 2023 certificamos mais de 6 mil pessoas, o que nos enche de satisfação.”

A defensora pública-geral de Mato Grosso, Luziane de Castro, citou exemplos de outras ações da Comissão, como no caso do processo de substituição dos lixões por aterros sanitários. “Quando falamos de meio ambiente, também estamos falando dos catadores de recicláveis. É um grupo com o qual atuamos diretamente. Por isso estamos aqui, neste espaço de educação, trazendo um olhar para essas pessoas invisibilizadas.”

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Representando o Ministério Público do Estado (MPMT), o procurador de Justiça Marcelo Ferra de Carvalho defendeu a importância da fiscalização em um contexto no qual o poder público tem a tarefa de conciliar a sustentabilidade com o desenvolvimento. “É um debate que tem que ser permanente e que precisa do controle. A fiscalização é necessária não apenas para punir os que não cumprem as regras, mas para beneficiar os que cumprem.”

A programação incluiu palestras como as dos professores-doutores Manuel Alberto Restrepo Medina, Monica Sapucaia Machado e Túlio Augusto Tayano e da mestra Cíntia Brunetta, que tratam sobre mecanismos indutores da responsabilidade ambiental, ferramentas para a educação ambiental e instrumentos de governança pública e privada, dentre outros temas.

Compuseram ainda o dispositivo de honra da abertura do evento, o coordenador pedagógico da Escola Superior de Contas do TCE-MT, Grhegory Paiva Pires Moreira Maia, o procurador-geral-adjunto do Ministério Público de Contas (MPC), Willian de Almeida Brito Júnior, o procurador jurídico da Famato Rodrigo Gomes Bressane. O encontro foi transmitido pela TV Contas (Canal 30.2) e pelo Canal da Corte de Contas no YouTube.

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Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

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Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).

O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior ­- índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).

A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.

No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.

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A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.

Dificuldades

As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.

As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).

Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.

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Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.

“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.

Dados da pesquisa

O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.

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