MATO GROSSO
Indígenas participam de oficina da Empaer para fomentar a produção de mel no Vale do Araguaia
MATO GROSSO
A iniciativa é resultado da parceria entre a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), a Fundação Bunge, por meio do projeto Semêa, e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Durante os três dias de oficina, as equipes promoveram diversas atividades. Abriu a programação com a interação junto a comunidade com reflexões e análise das diferenças culturais e barreiras. No período da tarde, os participantes aprenderam sobre a montagem de quadros e técnicas de fixação de cera.
No dia seguinte, foram localizados os pontos propícios para a instalação do apiário com a proximidade de fontes de água e de exames, posições para caixas iscas e identificação de flora local, além das técnicas de utilização de equipamentos apícolas, formão, fumegador, ninhos e melgueiras. No terceiro e último dia, os indígenas aprenderam sobre a importância e como utilizar de forma correta os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

O técnico da Empaer e responsável pela elaboração do Plano de Trabalho (PTA) e condução a campo, Rafael Renan dos Santos, destacou que a comunidade foi contemplada com 20 caixas de abelha, dois fumegadores, 10 Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), 10 pares de bota, 35 kg de cera alveolada, entre outros itens.
Ele explicou que o “Mel Xavante” nasceu como uma alternativa ao desafio socioambiental enfrentado pelos povos originários Xavantes do Vale do Araguaia. “O objetivo é garantir inicialmente a subsistência e futuramente geração de renda da comunidade com responsabilidade ambiental. Para desenvolver a proposta contamos com a cooperação da Fundação Bunge e Funai”, destacou.
O zootecnista consultor da Fundação Bunge, Sidnei Bueno de Miranda, pontuou que a apicultura em uma aldeia indígena vem para agregar a sustentabilidade. O mel é um importante alimento e uma forma de negócio para agregar renda. “A união das entidades em prol da apicultura vem para somar, por isso, acredito que a iniciativa será um sucesso e exemplo a ser seguido em outras aldeias”.
Segundo Sidnei, a cultura gera biodiversidade, polinização, meio ambiente e controle do fogo. “Aproveitamos a oportunidade para destacar e conscientizar sobre o uso correto do fogo e não prejudicar as abelhas. É uma junção de fatores que irá trazer benefício para aldeia”.

Papel da Funai
A Funai tem a responsabilidade de aprovar o plano de trabalho, acompanhar as formações e apoiar nos registros formais de entrega dos equipamentos. Já a Fundação Bunge, através do projeto Semêa, tem a finalidade de disseminar e incentivar praticas que favoreçam a economia de baixo carbono por meio de tecnologias para a conservação do solo, preservação da água e não desmatamento. Busca garantir a segurança alimentar de maneira sustentável, sendo dessa forma, uma iniciativa que vai ao encontro do projeto Mel Xavante.
O objetivo é desenvolver a cadeia produtiva do Mel Xavante aos moldes do já conceituado modelo de exploração racional adotado pela Associação Terras Indígenas do Xingu (ATIX), divulgado resultados obtidos para outras comunidades Xavantes do Vale do Araguaia. Nisso, busca a implantação do Sistema Participativo de Garantias (SGP), certificando os produtos oriundos da apicultura para estas comunidades.
Será produzido um laboratório técnico para fins de parâmetro e replicação do trabalho a outras populações originárias.
Parceiros presentes
Também participaram da oficina os técnicos da Empaer, Alison Lucas Lorenzon, Jeyson Lazaro Duque Albino e Antenor Antônio da Costa, além do representante da Secretaria de Assistência Social de Nova Nazaré, psicólogo Elson Hideyoshi Kamiguchi e os chefes dos Territórios Indígenas (TIs), Areões e Pimentel Barbosa – Elaine Rodrigues Fernandes e Francisco Magalhães dos Santos, respectivamente.
Fizeram parte da construção do plano de trabalho e membros da equipe de Projetos Estratégicos da Empaer, o engenheiro agrônomo Fabrício Tomaz Ramos e a médica veterinária, Luma Camargo Prados.



MATO GROSSO
Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).
O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior - índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).
A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.
No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.
A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.
Dificuldades
As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.
As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).
Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.
Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.
“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.
Dados da pesquisa
O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.
-
MATO GROSSO4 dias atrás
CONCEEL-EMT reforça orientações sobre a nova identificação das Unidades Consumidoras
-
MATO GROSSO3 dias atrás
Utilização de veículos como pagamento de imóveis se torna opção de mercado em Cuiabá
-
MATO GROSSO1 dia atrás
Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso
-
GERAL4 dias atrás
TNT Energy Drink acelera a expansão no universo do basquete com embalagens exclusivas temáticas da NBA no Brasil
-
ARTIGOS1 dia atrás
Tecnologia, ciência e humanização: o tripé da medicina do futuro
-
ARTIGOS1 dia atrás
Especialista em diagnóstico por imagem explica como a biópsia guiada contribui para o tratamento precoce do câncer de mama