Embora o canal israelense i24News tenha divulgado nesta terça-feira (10) que 40 bebês foram encontrados mortos na comunidade de Kfar Aza, em ataque do Hamas que teve início no sábado (7), as Forças Armadas do país não confirmaram a informação através dos canais oficiais.
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Hamas decapitou 40 bebês? Veja o que se sabe sobre o massacre em Kfar Aza
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O tenente-coronel Richard Hecht, porta-voz dos militares, afirmou na conta oficial do órgão de defesa que era muito cedo para fornecer um número total de baixas no local, mas disse que “crianças, bebês e idosos foram brutalmente massacrados no modo de ação do ISIS”.
Kfar Aza fica no sul de Israel, nas proximidades da Faixa de Gaza, a cerca de cinco quilômetros de distância do território palestino (assista à retirada de corpos abaixo). Até agora, as Forças Armadas estimam cerca de mil israelenses mortos no conflito, no total. Outros 130 são reféns.
- A informação do número de bebês, com alguns decapitados, foi dada pela correspondente Nicole Zedeck durante reportagem feita no local.
“Um dos comandantes aqui disse que, ao menos, 40 bebês foram mortos. Alguns deles foram decapitados, ele disse que nunca viu um ato de brutalidade desta forma”, disse a jornalista.
- Depois, Nicole republicou em seu perfil nas redes sociais trecho da cobertura do i24News que menciona as 40 crianças assassinadas dizendo que o número era incerto.
“Os soldados disseram que acreditam que 40 bebês/crianças foram mortos. O número exato de mortos ainda é desconhecido”, escreveu.
Em outro trecho da cobertura do i24News, o subcomandante de unidade David Ben Zion diz que bebês tiveram as cabeças retiradas, sem especificar o número.
“Eles são agressivos, são muito maus. Eles cortaram fora a cabeça de mulheres e crianças”, relata sobre o Hamas.
Para a agência de notícias turca Anadolu, um porta-voz do Exército de Israel disse que não é possível confirmar que “o Hamas decapitou bebês” (veja mais informações sobre o ataque em Kfar Aza na reportagem abaixo).
Entenda o conflito entre Hamas e Israel
No último sábado, uma série de ataques do Hamas contra Israel em uma intensidade nunca vista antes espalhou tensão no mundo todo, mas a tensão entre israelenses e palestinos dura mais de 70 anos.
Os conflitos misturam política e religião. Em 1947, a ONU aprovou a divisão da Palestina em dois Estados e Israel foi criado, mas os palestinos não aceitaram. Israel afirma que Jerusalém é a capital, já os palestinos reivindicam o mesmo para a parte oriental da cidade.
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.