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Reflexão sobre conduta é primeiro passo para evitar o assédio no trabalho, destacam palestrantes

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A reflexão de todo servidor público sobre suas palavras e atitudes é o primeiro passo para um ambiente de trabalho mais seguro, respeitoso e produtivo. Esta foi a tônica do 2º Encontro Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral e Sexual no Serviço Público, realizado nesta terça-feira (17.10) pela Controladoria Geral do Estado (CGE-MT) aos servidores do Governo de Mato Grosso.

Na ocasião, os palestrantes ressaltaram que evitar o assédio moral e sexual no local de trabalho é responsabilidade de todos, pois determinadas palavras e comportamentos podem gerar consequências emocionais ao colega e ao setor como um todo, prejudicando a produtividade e a prestação dos serviços à população.

Para o secretário-controlador geral do Estado, Paulo Farias, assédio no trabalho é uma questão de integridade. “Esse tipo de comportamento inadequado prejudica a integridade, a dignidade e o bem-estar dos nossos servidores. Além disso, afeta a eficiência das instituições, nas entregas das políticas públicas ao cidadão”, comentou.

Por isso, o evento foi realizado como parte do Programa de Integridade Pública do Governo de Mato Grosso (Integridade MT). “Este programa não se restringe apenas à responsabilização das pessoas, mas também a prever como os problemas acontecem e, evidentemente, se eles acontecerem, termos mecanismos de detecção, responsabilização e remediação para corrigir e evitar que se repitam”, explicou.

O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso, Danilo Nunes Vasconcelos, destacou a importância em se debater o tema como uma medida preventiva. “Parabenizo a CGE em trazer o problema à luz e a todos os servidores presentes por terem vindo aqui para conhecer mais o assunto”, disse.

Já a vice-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargadora Maria Erotides Kneip, ressaltou a importância de informar os servidores sobre o que é comportamento assediador e discriminatório. “Nas rodas de conversa e nas pesquisas que a Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação do Poder Judiciário realizou, descobrimos que alguns servidores praticavam essas condutas porque não sabiam exatamente que elas se configuram como assédio moral e sexual”, observou.

De acordo com ela, que é presidente da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação do Poder Judiciário, é preciso também dar o acolhimento necessário ao servidor assediado, ainda que a prática da qual ele foi vítima não configure assédio como definido no Código Penal e na Resolução do CNJ. “No TJMT, uma vez recebidas notícias de condutas de desrespeito e humilhação, passamos a acolher o servidor com psicólogos preparados para isso”, disse.

Normalização da violência

Já a juíza de direito, Cristiane Padim da Silva, também do TJMT, pontuou que o assédio é um problema que transcende gênero, idade, raça e classe social, e que tem raízes na normalização da violência. Para ela, a sociedade, muitas vezes, minimiza a seriedade do assédio, desculpando o comportamento agressor como “brincadeiras inofensivas” ou “elogios inapropriados”. “A naturalização da violência leva a um caminho muito perigoso de não identificar a situação de assédio, seja moral, seja sexual, seja de discriminação. Fecha nossos olhos e nos impede de agir.”

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Para enfrentar a situação, ela sugeriu cuidado, empatia e limites no tratamento com o colega. “Os detalhes do comportamento fazem grande diferença. O sujeito ativo e passivo, com a normalização da violência de gênero, pode ser qualquer um. É importante ter em mente que se você é gestor e pratica assédio, o seu liderado, que também lidera, vai seguir a mesma linha. Devemos respeitar o usuário dos serviços públicos, mas também aprendermos a dar importância ao respeito com quem caminha ao nosso lado”, comentou.

Já o professor de Filosofia e servidor da CGE-MT, Douglas Remonatto, abordou a natureza da maldade e como as pessoas podem se tornar assediadoras. Ele falou dos níveis de maldade de acordo com a psicologia e da importância de evitar que o assediador se normalize em cada pessoa.

Para ele, uma das raízes desse problema é o preconceito, que envolve reduzir a existência de alguém a uma única característica (gênero, idade, cultura, religião, cor etc). É essencial aprender a reconhecer a individualidade de cada pessoa, reconhecendo que todos têm sonhos, esperanças, desafios e lutas que são únicos. “Brincadeiras, piadas são coisas sérias e podem ser um problema sim, principalmente quando a gente acha que conhece o colega. Ninguém sabe como está a pessoa que trabalha ao nosso lado, o que se passa no seu coração e na sua vida”, argumentou.

Acolhimento

Em outro bloco da programação, a gerente de Informação em Saúde do Servidor da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Wilma Novaes Teixeira de Oliveira, falou sobre o papel da Política de Saúde e Segurança no acompanhamento psicossocial do servidor estadual assediado, seja ele efetivo, comissionado, estagiário ou contratado.

O atendimento envolve o trabalho da Seplag, como órgão central, e de outros 24 órgãos e entidades que têm comitês setoriais com psicólogos e assistentes sociais. “Oferecemos escuta e apoio em qualquer situação em que haja sofrimento. O assédio moral traz danos psíquicos, às vezes, irreversíveis, que podem ser somatizados e levar a doenças gravíssimas”, comentou.

Já a gerente de Saúde e Segurança no Trabalho da Seplag, Sandra Donati Silverio, explicou que os atendimentos às vítimas podem ser encaminhados pelo gestor, própria vítima, colegas, sindicatos, Justiça ou Ministério Público. O acompanhamento também é realizado ao agressor. “Se chegar alguma situação na secretaria que não tenha equipe psicossocial, é preciso procurar nossa equipe na Seplag para discutirmos cada caso e pensarmos juntos em como conduzir a ocorrência, tudo dentro de uma relação de sigilo e confiança”, comentou.

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Sandra destacou que cada um pode escolher fazer diferente no ambiente de trabalho. “Cada um de nós tem o poder de escolher que comportamento queremos ter diante do outro. Só pessoas machucam pessoas. O que dá vida a cada secretaria somos nós. Então, precisamos pensar que tipo de vida é essa que queremos aos nossos órgãos e às nossas entidades”, observou.

Ouvidoria e Corregedoria

Nas últimas duas palestras do evento, foi abordado o papel da Ouvidoria e da Corregedoria na repercussão administrativa das denúncias de assédio. A Ouvidoria do Estado recebe, trata e encaminha as denúncias para as unidades de apuração (Unidades Setoriais de Correição, Comissões de Ética etc), conferindo confidencialidade e anonimato ao denunciante.

A secretária-adjunta de Ouvidoria-Geral e Transparência da CGE-MT, Karen Oldoni, ressaltou também os elementos necessários que uma denúncia deve ter para facilitar a apuração, como relato detalhado e objetivo dos fatos, nome, cargo e órgão da pessoa denunciada, data e local do fato etc. “Podemos pedir complementações para que a denúncia possa ser apurada da melhor maneira possível”, salientou.

O secretário-adjunto de Corregedoria-Geral da CGE-MT, Renan Zattar, encerrou o evento ao falar sobre o rito da investigação preliminar sumária das denúncias a fim de coletar elementos de autoria e materialidade que justifiquem ou não a abertura de procedimento administrativo disciplinar.

A investigação preliminar tem cunho sigiloso para proteger a vítima e o acusado. “Muitas vezes não temos elementos suficientes para dizer que o servidor comentou assédio. Com a cultura de rede social e de levar tudo para a mídia, isso pode gerar uma condenação da pessoa antes do devido processo legal”, argumentou o adjunto.

Teatro e cartilha

A programação do evento contou ainda com a apresentação do espetáculo “Sob Controle”, com o Circo Intenda. A peça abordou de forma lúdica condutas que são configuradas assédio no dia a dia de trabalho.

Também foi lançada uma cartilha voltada a prevenir o assédio no setor público. A publicação está disponível para consulta e download no site www.cge.mt.gov.br, em Manuais/Cartilhas (2023) e em Integridade (Público/Publicações). Clique AQUI para acessar o material diretamente.

Próximos passos

No programação, foi anunciado que a CGE e a Seplag vão criar uma Comissão de Prevenção e Orientação sobre assédio no serviço público para realizar capacitações periódicas aos servidores estaduais e divulgar canais de denúncia e acolhimento às vítimas. A ação será uma das atividades do Programa Integridade MT.

Fonte: Governo MT – MT

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Sebrae/MT impulsiona pequenos negócios da gastronomia local com “Resenha Cuiabana”

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Com foco no fortalecimento da economia local e na valorização dos sabores regionais, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT) promove a “Resenha Cuiabana”. O evento, que será realizado nos dias 27 e 28 de junho, no Goiabeiras Shopping, em Cuiabá, e contará com hambúrgueres, doces típicos de festa junina, bebidas e pratos tradicionais da culinária local.

A expectativa é de receber cerca de 2 mil pessoas ao longo dos dois dias de programação. De acordo com Lucas Vasconcelos, gestor regional de Alimentos e Bebidas do Sebrae/MT na Baixada Cuiabana, a proposta é criar um ambiente de convivência, troca de experiências e geração de oportunidades para negócios que expressam a identidade da capital e de seu entorno.

“A Resenha Cuiabana foi idealizada para valorizar a identidade regional e proporcionar um entretenimento acolhedor para todas as famílias, destacando o que há de mais autêntico na nossa identidade”, diz Vasconcelos.

Segundo o gestor, a Rota da Cerveja Artesanal será um dos principais destaques da feira. “Com o circuito, os empreendedores poderão alcançar novos perfis de consumidores e fortalecer a cadeia produtiva, atraindo mais turistas para o estado”, complementa.

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Uma das participantes da Resenha Cuiabana é a empresária Thamme Iaworski, proprietária do restaurante D’Marias. Para ela, a feira é uma oportunidade de popularizar sua receita de maria izabel e farofa de banana e aumentar o faturamento.

“Além de ampliar a receita e nos comunicar com um público de todas as idades, vamos oferecer descontos para os clientes que quiserem conhecer nossos produtos”, antecipa.

Ao todo, oito pequenos empreendedores da gastronomia estarão na “vitrine” da exposição: cervejarias Cuiaverá e Xaraes, Rock Burger, Loul Doces, Duda Espetos, D’Marias, Pipocake e Pitadinhas de Amor.

O evento já integra o calendário afetivo do Goiabeiras Shopping, promovendo encontros que celebram as raízes cuiabanas e fortalecem os laços com a nossa cultura.

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