MATO GROSSO
Moradores destacam mudança na saúde após reformas de prédios durante intervenção: “Temos orgulho de ir nas unidades”
MATO GROSSO
O presidente do Bairro Altos da Boa Vista, Domingos Rodrigues, que costuma buscar atendimento na Unidade de Saúde da Família (USF) do Bairro Despraiado, uma das seis que foram completamente reformadas, contou que o prédio estava em péssimas condições de atendimento e sem médicos e medicamentos, antes da reforma feita pela intervenção.
“A unidade, como estava, era caso de polícia. Com a reforma, o prédio ficou maravilhoso. Passamos a ter médicos e remédios perto de casa. Agora, temos muito orgulho de ir na unidade e sempre falo que agora temos a unidade que o nosso povo merecia”, disse.

Créditos: Christiano Antonucci
A USF do Bairro Novo Mato Grosso tinha sido fechada em fevereiro de 2023 por condições insalubres de funcionamento e, durante a intervenção, passou por uma reforma completa.
“Nosso posto estava totalmente abandonado. A gente entrava na recepção e já via a precariedade. Essa é uma unidade que atende quatro bairros e não tinha condições de receber os moradores. O forro chegou a ceder com a chuva e um monte de fezes de pombo caía dentro da unidade. O esgoto corria na frente. Era um posto abandonado”, lembrou o morador Carlos Antônio.
Segundo ele, a reforma era esperada há anos. “Agora dá gosto de ver. A unidade está bonita, mudou totalmente a cara. Dá para trazer as crianças, os hipertensos. A comunidade pode vir consultar dignamente”, destacou.
Moradora do Bairro Jardim Imperial II, Márcia Campos foi à Unidade de Saúde da Família (USF), logo depois da inauguração da reforma, em setembro de 2023, e notou a diferença.
“A acolhida já começa na estrutura que é ótima. Quando a gente chega num lugar que está limpo, a gente se sente importante, dá a sensação de pertencimento. Se temos saúde, enfrentamos qualquer coisa. E, para ter saúde, a gente precisa desse acolhimento, de um atendimento respeitoso e de qualidade, que recebi aqui”, declarou.

Para melhorar o atendimento, o Gabinete de Intervenção transferiu o Serviço de Atendimento Especializado (SAE), que funcionava em um local no Bairro Grande Terceiro, sem condições de trabalho, para um imóvel moderno e totalmente preparado para receber os pacientes, no Bairro Lixeira.
No dia da inauguração da unidade, a médica Marina Azém, que atua no SAE desde 2002, contou emocionada que em todos esses anos, mesmo em condições ruins, a equipe sempre trabalhou com empenho e por amor.
“Isso aqui é um sonho de 20 anos. Nós já passamos situações muito difíceis, em que nossos pacientes ficavam na calçada sentados em cadeiras de plástico. Esta é a primeira vez que a Secretaria Municipal de Saúde olha com carinho e atenção para nós, servidores e pacientes. Não existe um gesto maior de amor que se poderia dar para este serviço, do que estas instalações”, pontuou a profissional.
MATO GROSSO
Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso
Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).
O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior - índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).
A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.
No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.
A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.
Dificuldades
As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.
As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).
Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.
Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.
“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.
Dados da pesquisa
O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.
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