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Levantamento aponta aumento de 38% no saldo de empregos em Cuiabá
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Estudo realizado pelo Núcleo de Inteligência de Mercado da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá) aponta para o aquecimento do mercado de trabalho na capital. Dados consolidados do primeiro trimestre de 2024 revelam um saldo positivo de 3.784 novos empregos entre admissões e contratações. Esse número representa um aumento de 38% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
De acordo com o levantamento, os segmentos de serviços e comércio foram responsáveis por 67,5% dos postos de trabalho criados nos três meses iniciais em Cuiabá. No caso do comércio, a geração de empregos obtida no período foi acima do dobro (+117%) em relação a 2023. O cenário também se repetiu em cenário estadual: isso porque a atividade foi a que registrou a maior elevação (112%) em contratações.
Na visão do presidente da CDL Cuiabá, Junior Macagnam, o panorama sugere um ritmo de avanço do comércio na capital e em Mato Grosso. Segundo ele, a queda na inadimplência é um fator que contribui para o aumento do consumo, o que, por tabela, estimula o desenvolvimento do mercado de trabalho local.
“Com a inflação relativamente controlada, muitas famílias estão se reorganizando financeiramente para adequar despesas e necessidades ao orçamento e isso permite que o consumo de produtos e serviços seja maior. Dessa forma, as empresas passam a investir em contratação de pessoal para suprir toda essa demanda. É um ciclo virtuoso de desenvolvimento”, avaliou o presidente.
Perfil
Mais da metade (51%) dos contratados em Cuiabá no primeiro trimestre são jovens na faixa entre 18 e 24 anos. O segundo público mais requisitado pelos empregadores é composto por profissionais mais experientes, entre 40 e 49 anos – correspondente a 12,4% das admissões. Em relação ao gênero, 55% são homens e 45% são mulheres.
Conforme Junior Macagnam, o grande percentual de jovens na lista de contratações está ligado ao fato de que os setores que mais movimentam o mercado de trabalho – comércio e serviços – não exigem altos níveis de escolaridade. “Na maioria dos casos, as empresas destes segmentos são o primeiro emprego para quem se enquadra neste perfil, especialmente em datas comemorativas, quando há maior volume de contratações temporárias”, concluiu.
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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.